sexta-feira , 10 outubro 2025
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Fufuca acelera repasses ao MA sob risco de penalização pelo PP por apoiar Lula

O ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), acelerou a liberação de verbas federais em setembro ao seu reduto eleitoral, o Maranhão, sob o risco de penalização pelo PP por apoiar publicamente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele recebeu um ultimato do partido em meados do mês passado após a formação de uma federação com o União Brasil que decidiu pelo desembarque das legendas da Esplanada dos Ministérios.

Fufuca, no entanto, vem contrariando a ordem e afirmou, nesta semana, que seguirá com Lula na tentativa de reeleição do petista em 2026.

De acordo com um levantamento publicado nesta quarta (8) pela Folha de S. Paulo com base em dados do portal Siga Brasil, do Senado, Fufuca já destinou R$ 82 milhões em verbas para 75 dos 217 municípios maranhenses. A apuração aponta que, apenas em outubro, quando recebeu o ultimato, o ministro articulou R$ 48,1 milhões ao estado.

Em nota, o Ministério do Esporte afirmou que a distribuição de recursos federais segue critérios técnicos e legais, conforme a demanda apresentada pelos próprios estados e municípios. E, ainda, que o Maranhão “possui um déficit histórico de infraestrutura esportiva”. “O que o faz estar na última posição entre todos os estados brasileiros, quando este critério é levado em consideração”, pontuou.

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Na comparação com os demais estados e o Distrito Federal, o Maranhão lidera o volume de verbas repassadas pelo ministro, à frente da Bahia (R$ 11,8 milhões), DF (R$ 9,4 milhões) e Piauí (R$ 4,8 milhões). Por outro lado, segundo a apuração, nove estados não receberam recursos federais do ministério, entre eles o Acre, Amazonas e Tocantins.

“fatores sociais como o menor IDH do Brasil, os mais de 1,1 milhão de pessoas inscritos no CAD Único e os 1,2 milhões beneficiados pelo Bolsa Família, entre outros, também são considerados na hora de decidir sobre os investimentos em infraestrutura esportiva”, seguiu a pasta na nota.

O levantamento aponta que, em 2024, o Maranhão também liderou os repasses diretos feitos pelo ministro, com cerca de R$ 40 milhões destinados a projetos esportivos. A verba discricionária do Ministério do Esporte, usada tanto para custeio quanto para investimentos, soma cerca de R$ 620 milhões — valor separado do montante de R$ 1,77 bilhão destinado às emendas parlamentares, sobre as quais o ministro não tem autonomia.

É justamente sobre essa parcela discricionária, sob controle direto de Fufuca, que recaem as críticas. Até o início de outubro, o dinheiro reservado para o Maranhão deve financiar 78 obras no estado. O segundo maior beneficiado, a Bahia, teve apenas 13 obras previstas com os recursos do ministério.

Enquanto acelera a liberação de verbas, Fufuca tenta se equilibrar entre a fidelidade a Lula e o risco de perder espaço político no seu próprio partido. O PP deu prazo até 5 de outubro para que o ministro deixasse o cargo, mas Fufuca ignorou a determinação e reforçou publicamente o apoio ao presidente petista durante um evento em Imperatriz (MA) no dia seguinte.

“O importante não é justificar o erro, é evitar que ele se repita. Em 2022, eu cometi o erro, mas agora em 2026, pode ser que meu corpo esteja amarrado, mas a minha alma, o meu coração e a minha força de vontade estarão livres para ajudar Luiz Inácio Lula da Silva a ser presidente do Brasil”, afirmou em um evento com o petista na segunda (6).

No mesmo evento, Lula provocou o PP e o União Brasil e afirmou que “vai ficar comigo quem quiser”. “Quem quiser ir para o outro lado que vá, e que tenha sorte, porque nós temos certeza de uma coisa: a extrema direita não voltará a governar esse país”, completou.

A situação de Fufuca é discutida internamente pelo PP, que o pressiona para deixar o governo. A mesma situação é vivida pelo ministro Celso Sabino, do Turismo, que é filiado ao União Brasil e terá seu destino decidido pela executiva nacional do partido nesta quarta (8). Ele é alvo de um procedimento que pode levá-lo à expulsão.

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