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Um grande júri federal no estado americano da Virgínia indiciou nesta quinta-feira (25) James Comey, ex-diretor do FBI, que investigou o presidente Donald Trump por possíveis laços da Rússia com a campanha do republicano em 2016, caso apelidado de Russiagate.
Segundo informações da emissora CNBC, Comey foi indiciado pelas acusações de prestar declarações falsas e obstrução da Justiça durante depoimento que prestou ao Congresso dos Estados Unidos em setembro de 2020.
Na ocasião, o ex-diretor do FBI, que havia sido demitido por Trump em 2017, afirmou que não sabia, nem havia autorizado o vazamento de informações para o The Wall Street Journal para a produção de uma reportagem de 2016 sobre uma investigação do Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) sobre e-mails da então candidata democrata à presidência, Hillary Clinton.
Posteriormente, o senador republicano Ted Cruz disse ao DOJ em uma carta que o ex-diretor adjunto do FBI Andrew McCabe admitiu saber sobre o vazamento e que o autorizou, e afirmou que Comey estava ciente da sua decisão.
“Ninguém está acima da lei. A acusação de hoje reflete o compromisso deste Departamento de Justiça em responsabilizar aqueles que abusam de posições de poder para enganar o povo americano. Acompanharemos os fatos deste caso”, escreveu no X a procuradora-geral, Pamela Bondi.
Na rede Truth Social, Trump comemorou o indiciamento de Comey. “Um dos piores seres humanos a que este país já foi exposto é James Comey, o ex-diretor corrupto do FBI. Hoje, ele foi indiciado por um grande júri por dois crimes graves, envolvendo diversos atos ilegais e ilícitos. Ele tem sido tão ruim para o nosso país, por tanto tempo, e agora está prestes a ser responsabilizado por seus crimes contra a nossa nação”, escreveu o republicano.
Em um vídeo postado no Instagram, Comey apontou motivação política na denúncia contra ele. “Minha família e eu sabemos há anos que enfrentar Donald Trump tem um custo. Mas não conseguimos nos imaginar vivendo de outra forma. Não viveremos de joelhos, e vocês também não deveriam”, disse.
“Meu coração está partido pelo Departamento de Justiça. Mas tenho grande confiança no sistema judiciário federal e sou inocente. Então, vamos para o julgamento e manter a fé”, acrescentou o ex-diretor.
A acusação foi apresentada pela procuradora interina Lindsey Halligan, empossada por Trump no início da semana após a imprensa americana ter informado que seu antecessor teria renunciado devido à pressão do presidente, por ter se negado a denunciar Comey.
