O governo dos Estados Unidos condenou o fato de o governo de Nicolás Maduro ter instalado centros de votação para eleger pela primeira vez representantes para o Essequibo, território cuja soberania é disputada por Guiana e Venezuela, nas eleições parlamentares e regionais realizadas neste domingo na Venezuela, o que Washington descreve como uma “farsa eleitoral”.
“Os EUA rejeitam todas as tentativas de Nicolás Maduro e seu regime ilegítimo de minar a integridade territorial da Guiana, inclusive essa última farsa eleitoral na região do Essequibo”, diz uma breve mensagem publicada pelo Departamento de Estado na rede social X.
Desde o século XIX, Venezuela e Guiana disputam essa região de cerca de 160 mil quilômetros quadrados a oeste do rio Essequibo, que o governo de Caracas considera o estado de Guiana Essequiba desde 2024.
As paróquias de San Isidro e Dalla Costa no município de Sifontes, no estado venezuelano de Bolívar (sul, fronteira com o Brasil), as mais próximas da chamada “área disputada”, foram designadas pelo Poder Eleitoral como o epicentro da votação para as autoridades do Essequibo.
Ao todo, 16 autoridades serão eleitas para esse território: um governador, oito deputados para a Assembleia Nacional (AN, Parlamento) e sete membros do conselho legislativo regional.
O dia da eleição no Essequibo se desenvolveu com pouca participação de eleitores durante a manhã deste domingo e com a denúncia de abusos e violações da lei eleitoral por parte dos candidatos da oposição. No entanto, muitos atribuem o baixo comparecimento ao hábito da população dessa parte do país de votar à tarde, e esperam uma presença maior de eleitores no decorrer do dia.