Diversos cubanos foram às ruas nesta terça-feira (19), em Havana, para protestar contra a prolongada escassez de água. Os manifestantes bloquearam avenidas com baldes e exigiram do regime comunista de Miguel Díaz-Canel soluções imediatas para a crise que atinge milhares de famílias na capital.
O Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH), organização que divulga a situação da ilha, acompanhou os atos e destacou a gravidade do momento.
“Os cubanos estão cansados da indiferença diante da crescente pobreza em que vive o país, que afeta 89% das famílias”, disse a ONG em publicação no X.
????Protestas en La Habana.
Los derechos a la libre expresión y manifestación deben ser respetados. Los cubanos están cansados de la indiferencia ante la creciente pobreza en la que vive el país, que afecta al 89% de las familias.#Cuba pic.twitter.com/HYFcrKmSAT— Observatorio Cubano de Derechos Humanos (@observacuba) August 20, 2025
O Instituto Nacional de Recursos Hidráulicos, estatal cubana, reconheceu que o fornecimento de água atravessa uma situação crítica. De acordo com Antonio Rodríguez, presidente do órgão, o problema decorre da seca prolongada e de falhas nos sistemas de bombeamento. Ele ainda admitiu que cerca de 248 mil pessoas não recebem água de forma regular devido a falhas elétricas, que também são recorrentes no país.
As dificuldades não se limitam à capital. Nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Ciego de Ávila, aproximadamente 860 mil moradores também sofrem com a falta de abastecimento. Opositores cubanos exilados calculam que seriam necessários entre 8 e 10 bilhões de dólares para recuperar a rede, comprometida por décadas de uso sem manutenção adequada e sem investimentos estruturais.