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Os e-mails que deputados democratas que integram o Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos divulgaram na quarta-feira (12) sobre o caso do financista Jeffrey Epstein incluem menções ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao seu antecessor, Jair Bolsonaro (2019-2022).
Em uma delas, Epstein afirma que o linguista e filósofo americano Noam Chomsky teria intermediado uma ligação dele com Lula quando o presidente brasileiro estava na prisão em Curitiba.
“Chomsky me ligou com Lula. Da prisão. Que mundo!”, escreveu Epstein em e-mail de 21 de setembro de 2018, dia seguinte à visita de Chomsky a Lula na sede da Polícia Federal na capital paranaense.
O e-mail divulgado pelos democratas não deixa claro para quem a mensagem foi enviada, nem informa o conteúdo da suposta conversa do financista com Lula.
No dia seguinte, segundo os arquivos tornados públicos, Epstein escreveu, também para um destinatário não identificado, que “Bolsonaro é o cara [the real deal]”. Naquela data, Bolsonaro estava na reta final da campanha que culminaria na sua eleição para a presidência no mês seguinte.
Em outro e-mail, de 9 de fevereiro de 2019, Epstein falou dos dois políticos brasileiros, mas o contexto da mensagem e quem são as outras pessoas mencionadas não são explicados.
“Sim, ele gostaria disso. A esposa dele é brasileira, então vá com calma em relação a Bolsonaro. Eles são amigos do Lula. Mas ele é uma figura icônica e você não deve perder a oportunidade de conversar sobre história e política. Vou conectar vocês por e-mail para que possam se comunicar diretamente”, afirmou o financista.
Em mensagem à Gazeta do Povo, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da presidência disse que Lula nunca falou com Epstein. “Essa informação não procede. A citada ligação telefônica nunca aconteceu”, disse a pasta.
Na quarta-feira, um grupo de deputados democratas divulgou na internet mais de 20 mil arquivos de Epstein, que foi encontrado morto na sua cela em Nova York em 2019, quando aguardava julgamento por um esquema de tráfico sexual.
Em uma das mensagens, Epstein teria afirmado que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “sabia sobre as meninas” e que o mandatário americano “passou horas” com uma das vítimas do esquema.
Em comunicado à imprensa, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, acusou os democratas de “vazar seletivamente e-mails para a mídia progressista a fim de criar uma narrativa falsa para difamar o presidente Trump”.
