segunda-feira , 13 outubro 2025
💵 DÓLAR: Carregando... | 💶 EURO: Carregando... | 💷 LIBRA: Carregando...

Em novo relatório, PF diz que Braga Netto foi “figura central” para desacreditar eleições

A Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (18) um novo relatório que aponta o ex-ministro Walter Braga Netto como “figura central” na implementação de estratégias para desacreditar o sistema eleitoral e as eleições de 2022.

Segundo os investigadores, Braga Netto atuou para estimular apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem foi candidato a vice em 2022, a “‘resistirem’ na frente de quarteis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado”.

Ele é réu por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. O documento foi elaborado a partir de dados extraídos do celular de um ex-assessor do general. A PF não apresentou novos pedidos contra o ex-ministro que está preso desde dezembro de 2024 por supostamente tentar obter detalhes da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

VEJA TAMBÉM:

Os investigadores encontraram mensagens em um grupo de WhatsApp chamado “Eleicoes 2022@”, composto por seis pessoas, entre elas, Braga Netto. De acordo com a polícia, o grupo atuou na produção de um documento com informações falsas sobre fraude nas urnas, que seria enviado ao então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, com o objetivo de influenciar o Relatório Técnico das Forças Armadas sobre a fiscalização do sistema eletrônico de votação.

A PF disse ter identificado, a partir da análise das mensagens, as ações que culminaram na elaboração da “Representação Eleitoral para Verificação Extraordinária” pelo Instituto Voto Legal (IVL). O documento foi apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo Partido Liberal (PL) para questionar os votos do segundo turno da eleição presidencial em 2022. O PL foi multado em R$ 22,9 milhões por questionar a segurança das urnas.

“Os integrantes do grupo atuaram também na elaboração de estudos falsos interpretando dados públicos disponibilizados pelo TSE relativos ao pleito de 2022, com a finalidade de subsidiar a propagação de fake news sobre possíveis fraudes e inconsistências que colocariam em descrédito as eleições presidenciais”, diz o relatório.

Em nota, a defesa de Braga Netto criticou o novo relatório da Polícia Federal. “Trata-se de distorção do fato de ele participar de grupo de WhatsApp onde se discutia a representação do PL perante o TSE”, afirmaram os advogados.

“Mais uma vez, a Polícia Federal tenta induzir em erro a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal, com interpretações que não condizem com as provas. Esta defesa reafirma que o general Braga Netto sempre respeitou as instituições democráticas e o processo eleitoral”, diz o comunicado.

PF aponta “intento golpista” após 7 de setembro de 2021

A Polícia Federal afirmou que as trocas de mensagens entre Braga Netto e Mauro Cid sobre o ato de 7 de setembro de 2021 “confirmam que o intento golpista dos integrantes da organização criminosa já estava presente” desde aquele ano. Na ocasião, o ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o STF e disse que não cumpriria decisões do ministro Alexandre de Moraes.

“Dizer a vocês, que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais”, disse Bolsonaro durante o ato na Avenida Paulista, em São Paulo.

“Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir. Tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha, deixa de oprimir o povo brasileiro”, disse o ex-presidente aos seus apoiadores.

Dois dias depois, o então chefe do Executivo divulgou uma “carta à nação”, afirmando que as críticas ocorreram no “calor do momento” e que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”.

O relatório aponta que Cid expressou descontentamento com a carta de Bolsonaro: “Construíram um acordo… E o Pr [presidente] ganhou migalha… Ou nada…”. Conforme a PF, o general respondeu Cid “evidenciando o intento de ruptura institucional” do grupo.

“O então Ministro da Defesa [Braga Netto], evidenciando o intento de ruptura institucional do grupo investigado, com o uso das Forças Armadas escreve: ‘Se não cumprirem, ele abre o jogo e viramos com ele. Os Cmts [comandantes] estão cientes’. ‘Ele vai para mídia, conta o combinado e rompemos’”, diz um trecho do relatório.

Na semana passada, Braga Netto foi interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes e negou que tivesse conhecimento da suposta trama golpista. O general ficará frente a frente com Mauro Cid para uma acareação na próxima terça-feira (24).

fonte

Verifique também

Mesmo com queda no ranking, Brasil assume presidência de ação global por mais transparência

Apesar da queda em transparência registrada no início deste ano apontada pelo Transparência Internacional, o …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *