O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta terça-feira (16) em Assunção (Paraguai), que “não há mudanças pela metade” nem terceiras vias, ao defender a política de ajuste e disciplina fiscal que se aplica desde o início de sua gestão, em dezembro de 2023, e que tem gerado algum nível de descontentamento social em parte da população de seu país.
“É importante entender que não há terceiras vias neste caminho. Qualquer opção moderada, entre muitas aspas, é funcional para o sistema decadente que com tanto esforço estamos deixando para trás”, afirmou o mandatário ao discursar na Conferência de Política de Ação Conservadora (CPAC), que pela primeira vez é realizada no Paraguai.
Milei, que chegou ao evento acompanhado por sua irmã e secretária-geral da Presidência, Karina Milei, indicou que os argentinos já planejaram no passado “mudar de forma gradual, fazendo concessões”, mas, a seu ver, essa “experiência fracassou”.
“Disso temos que tirar um aprendizado. Não há mudanças pela metade, ou fazemos as reformas profundas que são permitidas, ou ficamos no meio do caminho e voltamos a nos desiludir”, assinalou o presidente argentino, um dia após enviar ao Congresso de seu país o projeto de lei do Orçamento de 2026 com superávit fiscal, mas sem revelar de que magnitude será o ajuste.
Para Milei, “as terceiras vias são inviáveis”, pois “qualquer meio-termo, por mais racional que pareça, deixa aberta a porta para o pior do passado”. Mesmo assim, observou que em seu país ainda não “completaram tudo”.
“Ainda nos falta muitíssimo”, afirmou Milei, que vem implementando sua política de desregulamentação e corte de gastos do Estado desde 2023.
O chefe de Estado compareceu perante os participantes do fórum conservador no início de sua visita ao Paraguai, a segunda a este país depois da realizada em 9 de abril, e que inclui nesta ocasião um encontro com seu homólogo paraguaio, Santiago Peña, sua participação em um encontro de jovens empresários e uma visita ao Congresso, prevista para esta quarta-feira (17).