A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que atualmente está presa na Itália, escreveu uma carta à mão divulgada nesta quarta-feira(6) onde afirma estar com “a consciência tranquila de alguém inocente” e que nenhum ditador colocará os brasileiros de joelhos.
Leia a carta na íntegra:
“Aos brasileiros de todo o mundo,
A vida é um grande milagre, mas o maior presente para as nossas vidas é a liberdade para vivermos para a nossa família, seja a de sangue ou aquele que elegemos.
Quero me pronunciar que estou sendo “forte e corajosa”, mantendo a fé e a cabeça erguida, uma consciência tranquila de alguém inocente. Tenham força, fé e coragem. O Brasil é um país abençoado e nenhum ditador nos colocará de joelhos.
Amo vocês com todo meu coração! “Tudo posso naquele que me fortalece”.
Carla Zambelli
Parlamentar está presa desde o último dia 29
Carla Zambelli foi detida na última terça-feira (29) em território italiano e permanece em um presídio na região de Roma. A ordem de prisão da parlamentar foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, em 7 de junho, que determinou a execução imediata da pena de 10 anos, inicialmente em regime fechado. Ela é acusada de envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça.
Além da ordem de prisão, todos os bens e contas da parlamentar foram bloqueados, incluindo contas bancárias, móveis e imóveis registrados em nome de Zambelli.
Sua defesa afirma estar confiante de que, na próxima audiência no dia 16 de agosto, seja revogada a prisão da deputada e ela possa ir para casa. De acordo com seu advogado, Carla Zambelli não tem nenhuma intenção ou perigo de fuga, além de que pretende respeitar o processo e também espera que seja revogada a sua prisão cautelar.
A Polícia Federal (PF), por sua vez, informou em nota que “a presa era procurada por crimes praticados no Brasil e será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário”.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), foi um dos primeiros colegas a prestar apoio a Zambelli. Disse que ela teria se apresentado “espontaneamente” à polícia para começar seu pedido de asilo político e de não extradição e que o partido segue firme ao lado dela “contra toda essa perseguição política”.