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Em ato na Paulista, Bolsonaro recebe apoio de aliados contra processo no STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contou com o apoio de aliados de direita na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (29), para condenar o processo que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado. O evento, sob o lema “Justiça Já”, também pediu anistia aos presos do 8 de janeiro, e foi o segundo ato desde que Bolsonaro e aliados se tornaram réus.

Durante seu discurso, o ex-presidente evitou críticas fortes e diretas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, mas não deixou de questionar o processo pelo qual responde. “Golpe se dá com forças armadas, com armamento, com núcleo financeiro, núcleo político, com apoio de instituições, inclusive de fora do Brasil. Que golpe é esse?”, perguntou Bolsonaro ao lado dos filhos Carlos Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Renan Filho.

Mesmo assim, o ex-presidente disse que estão tentando tirá-lo da eleição para presidente em 2026. “Não interessa onde eu esteja, não interessa a covardia que porventura façam comigo. Eu tenho certeza que o objetivo final não é me prender, é me eliminar“, falou.

Ao longo do discurso, ele enfatizou que, independentemente se ele seja candidato a presidente no ano que vem, é fundamental que a direita conservadora eleja deputados federais e senadores em número suficiente para somar maioria no Congresso. “Eu nem preciso ser presidente, mas se vocês derem 50% na Câmara dos Deputados e 50% no Senado, nós mudaremos o Brasil”, disse, sendo ovacionado pelos participantes da manifestação na capital paulista.

Essa foi a segunda manifestação de Bolsonaro e aliados na Paulista em 2025. Em abril, após o ex-presidente ter se tornado réu no processo sobre o suposto golpe do Estado, ele falou que a derrota na eleição de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi um “conluio” do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que na ocasião era presidido por Alexandre de Moraes.

Aliados de direita criticam STF e processo contra Bolsonaro

O ato organizado pelo pastor Silas Malafaia contou com a presença dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

Outros aliados próximos a Bolsonaro  participaram do evento na Paulista, como os deputados Gustavo Gayer (PL-GO), Bia Kicis (PL-DF), Marco Feliciano (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Luciano Zucco (PL-RS), Marcel van Hatten (Novo-RS), Mário Frias (PL-SP). Os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES), Rogério Marinho (PL-RN), Carlos Portinho (PL-RJ), Tereza Cristina (PP-MS) e Jorge Seif (PL-SC) também estiveram presentes.

Em uma série de discursos antes da fala de Bolsonaro, eles dirigiram críticas ao STF e aos processos contra o ex-presidente e aos acusados do 8 de janeiro. “Juiz que atua como parte não é juiz, é um perseguidor. Essa aberração jurídica não vamos aceitar. Está faltando equilíbrio e bom senso no nosso país. E se estamos aqui hoje para pedir justiça, que é simbolizada por uma balança, por equilíbrio entre acusação e defesa, é porque nós todos sabemos que essa balança está completamente desequilibrada”, falou o senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente.

O deputado Sóstenes Cavalcante disse que a “justiça precisa ser imparcial”, mas que “está claro o que eles [ministros do STF] querem: é perseguir possíveis candidatos de direita a senador com chances de ganhar em 2026”. Ele também saiu em defesa de Bolsonaro. “Podem perseguir, mas não vão achar nenhum ato de corrupção na vida de Bolsonaro. Ele nunca será corrupto. E esse homem vai voltar em 2026”, completou.

Uma das aliadas mais próximas de Bolsonaro, a deputada Bia Kicis foi enfática: “Não existe mais justiça no Brasil”. Ela ainda chamou de “ridículo e fantasioso” o processo contra o ex-presidente no suposto crime de golpe de Estado.

O organizador da manisfetação, o pastor Silas Malafaias, também saiu em defesa do ex-presidente e criticuou duramente o ministro Alexandre de Moraes, o qual chamou de “ditador”. “Quando o judiciário politiza as suas decisões, a justiça sai pelas portas do fundo. Não há justiça, mas sim uma perseguição vergonhosa de pseudogolpe para tirar você [Bolsonaro] do jogo”, falou.

Ato na Paulista traz à tona dúvida sobre delação de Mauro Cid

A manifestação deste domingo ocorre no momento em que a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, é questionada por inconsistências. Por meio de um perfil falso, Cid teria enviado mensagens dizendo que nega ter incriminado o ex-presidente e acusa a Polícia Federal de distorcer suas falas.

Essas inconsistências fizeram com que as defesas de réus do processo que investiga o suposto golpe de Estado cogitam pedir a anulação do acordo de Cid com o STF. A defesa de Walter Braga Netto é uma das que estuda formalizar novo pedido após uma acareação entre o general e Cid.

O ministro Alexandre de Moraes optou por preservar o acordo, mas pediu uma coleta adicional de provas. Pelo entendimento do STF, com base em jurisprudência consolidada, é de que as provas obtidas de forma autônoma podem ser mantidas mesmo com a anulação da delação de Cid.

Na última sexta-feira (27), Moraes encerrou a fase de instrução do “núcleo 1” da suposta tentativa de golpe e deu 15 dias para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e as defesas dos réus apresentem as alegações finais. O tenente-coronel Mauro Cid e o ex-presidente Bolsonaro estão entre os réus desse núcleo.

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