quarta-feira , 22 outubro 2025
💵 DÓLAR: Carregando... | 💶 EURO: Carregando... | 💷 LIBRA: Carregando...

Eduardo Bolsonaro aposta em possível denúncia de ex-chefe de inteligência na Venezuela contra Lula

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez uma live em uma rede social revelando a esperança de que uma eventual delação do ex-chefe da inteligência venezuelana nos governos dos ditadores Hugo Chávez e Nicolás Maduro, Hugo Armando Carvajal, de 65 anos, conhecido como “El Pollo“, a autoridades americanas possa implicar negativamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT).

Carvajal era um aliado próximo do ditador Hugo Chávez (1954-2013), seria membro do cartel de drogas Los Soles – nome dado por causa das dragonas das patentes dos oficiais das Forças Armadas da Venezuela que integravam o grupo – e teria participado de operações de contrabando de entorpecentes em parceria com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Acredita-se que ele possuiria informações secretas sobre o ditador Nicolás Maduro, com quem entrou em choque a partir de 2017. Em 2019, Carvajal fracassou em instigar as Forças Armadas a se voltarem contra Maduro e teve que fugir para a Espanha.

Ele foi acusado de tráfico de drogas e narcoterrorismo por Washington e acabou sendo extraditado para os Estados Unidos, onde responde a processo. Ele negou as acusações por dois anos, mas, em junho de 2025, declarou-se culpado. A mudança de posição recente levantou a hipótese de que tenha aderido a algum tipo de acordo de delação para implicar Maduro em acusações criminais nos Estados Unidos.

Essa possibilidade não confirmada empolgou adversários de Lula. Isso porque um jornal espanhol chamado OK Diario publicou reportagem em 2021 afirmando que Carvajal teria enviado uma carta a autoridades espanholas acusando os regimes de Chávez e Maduro de fazer supostos pagamentos ilegais para partidos de esquerda na Espanha e na América Latina. Lula teria tido o nome citado entre outros governantes. Mas Carvajal nunca apresentou provas de suas alegações e uma investigação feita na Espanha acabou arquivada.

Na época, a assessoria de Lula divulgou uma nota afirmando que não recebeu dinheiro da Venezuela e que todos os seus sigilos fiscais foram quebrados e analisados durante anos no Brasil sem que nada fosse encontrado. A Gazeta do Povo pediu o posicionamento do Planalto sobre as afirmações de Eduardo Bolsonaro, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.

“Isso aqui junto com a Magnitsky é talvez o assunto mais importante desse ano, que vai refletir ainda ano que vem, quando nós teremos eleições por vários países da América Latina, dentre eles a Colômbia e o Brasil”, disse na segunda-feira (21) o deputado Eduardo Bolsonaro, que está exilado nos Estados Unidos por ser perseguido pelo Supremo Tribunal Federal no Brasil. Ele se referiu à punição do ministro Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky Global, que o impede de fazer negócios com empresas americanas e, na prática, corta seu acesso ao sistema financeiro ocidental.

A suspeita sobre uma eventual delação de Carvajal ganhou forças nos últimos dias. Reportagem do The Objective – que circula pelas redes sociais – afirma que o militar “colabora ativamente com as autoridades dos Estados Unidos” e deve entregar “documentação inédita” sobre redes de financiamento ligadas ao chavismo. Mas o jornal também não apresenta nenhuma prova da suposta colaboração.

Influenciadores e ativistas de direita circularam em redes sociais também a informação de que o julgamento do venezuelano nos Estados Unidos teria sido adiado de 29 de outubro para 19 de novembro. Isso foi interpretado como outro sinal de delação, principalmente em meio à atual pressão de Washington sobre Maduro. A reportagem não conseguiu confirmar a informação com fontes independentes.

Eduardo Bolsonaro disse acreditar que Carvajal já esteja colaborando com autoridades americanas. Na opinião dele, uma suposta delação de Carvajal “coloca tudo a perder para o regime” de Lula.

Deputados da oposição, como Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), reforçaram o discurso e afirmaram que o caso “expõe a rede de corrupção e narcoterrorismo que sustenta a esquerda na América Latina”.

“O general venezuelano Hugo Carvajal escancara o sistema criminoso de manutenção da esquerda no poder, usando narcoterrorismo e corrupção como instrumento político”, disse Ramagem.

O caso reacende o debate sobre financiamento externo de partidos e relações entre governos de esquerda latino-americanos. Se forem comprovadas, as acusações poderiam abrir processos por financiamento ilegal de partidos pela Lei dos Partidos Políticos (9.096/95) no Brasil. “O financiamento estrangeiro de um partido político pode gerar a extinção desse partido”, afirmou Eduardo Bolsonaro em referência ao PT.

VEJA TAMBÉM:

Eduardo Bolsonaro cita jornalista que se exilou nos EUA após escrever livro sobre Carvajal

Eduardo Bolsonaro também citou na live o nome uma jornalista que escreveu um livro sobre Carvajal e suas supostas denúncias envolvendo o Brasil. Elisangela Machado dos Santos de Freitas, que disputou uma vaga na Câmara dos Deputados como Elisa Robson (PRP-DF), afirma ter se autoexilado nos Estados Unidos para fugir de supostas represálias da Justiça brasileira, que teria bloqueado suas redes sociais. Ela e Eduardo Bolsonaro atribuíram ao STF uma suposta tentativa de abafar o caso. A Corte foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou.

Elisa chegou a se candidatar nas eleições de 2018 para deputada federal, mas não se elegeu e destinou mais do que a metade dos recursos que recebeu do fundo eleitoral ao próprio marido, o qual, segundo ela, forneceu o trabalho de cuidar de redes sociais. Ela administrava o perfil República de Curitiba, página simpática à Operação Lava Jato e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2019, ela foi contratada para trabalhar no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), mas foi exonerada alguns dias depois sem explicações.

fonte

Verifique também

Após pressionar Brasil, Marco Rubio lidera campanha para enfraquecer ditadura de Maduro

Desde que assumiu o cargo de secretário de Estado no governo de Donald Trump, Marco …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *