sábado , 6 setembro 2025
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Desfile do 7 de Setembro vira palco para Lula tentar rivalizar com Trump e Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai usar o desfile do 7 de Setembro, em Brasília, neste domingo (7) para mandar recados ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O evento, organizado pela Secretaria de Comunicação (Secom), pasta da propaganda, tem o mote “Brasil Soberano” e será o pontapé para a campanha de reeleição do petista.

“A expressão ‘União e Reconstrução’ traduziu muito bem o espírito e os trabalhos dos primeiros anos do governo Lula. Agora vivemos uma nova fase, em que o nosso país, nossa economia e conquistas da população vivem ameaças externas. Nosso objetivo é mostrar que esse governo tem lado. Do lado do povo brasileiro”, disse o ministro Sidônio Palmeira, chefe da Secom, em vídeo publicado nas redes sociais. 

Em outra frente, o PT e outros partidos de esquerda organizam atos em apoio ao julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Lula, no entanto, não pretende comparecer às manifestações, por temor de baixa adesão de público. A esquerda decidiu sair às ruas no mesmo dia em que os apoiadores do ex-presidente.

Apesar disso, o empenho dos aliados de Lula é de usar o tradicional desfile cívico para emplacar o novo slogan do governo em defesa da soberania. Além de recados a Trump contra o tarifaço a produtos brasileiros, a estratégia é culpar Bolsonaro pela taxação. 

O petista gravou um pronunciamento em que vai defender o Pix e criticar os “traidores da pátria”. A peça tem seis minutos de duração e será transmitida em cadeia de rádio e TV, no sábado (6), véspera do Dia da Independência.

Em 2024, o petista usou o pronunciamento do 7  de Setembro para criticar Elon Musk, dono do X, que naquele momento protagonizava uma disputa com o ministro do STF Alexandre de Moraes.

“Nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças à sua soberania. Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda” disse na ocasião. 

O evento deste ano acontece em meio ao julgamento de Bolsonaro no STF pela suposta tentativa de golpe em 2022. O Palácio do Planalto enviou convites para que os ministros da Corte estejam ao lado de Lula no desfile. No ano passado, acompanharam a cerimônia da tribuna de honra o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. 

Nesta semana, Lula afirmou que o STF não deve temer a “acusação” de Trump e espera que a justiça seja feita. “Olha, eu acho que não tem por que ficar temendo a acusação americana. O que está acontecendo com os Estados Unidos é que eles exacerbaram, sabe, qualquer coisa que a gente tinha conhecimento na história da humanidade de um governo se meter a julgar o comportamento da justiça de outro país. É um negócio inacreditável”, disse Lula. 

Segundo o cerimonial do evento, está previsto o desfile de nove pessoas, entre crianças e adultos, vestindo camisetas amarelas com letras formando a palavra “soberania”. Também haverá um bandeirão com a frase “Brasil Soberano”. Esse trecho, segundo assessores do Palácio do Planalto, será um recado direto ao governo Trump.

Partidos de esquerda convocam atos para o Sete de Setembro

Em outra frente, o PT e outros partidos de esquerda convocaram manifestações em diversas capitais para reforçar o discurso do governo sobre defesa da soberania. Em divulgações nas redes sociais, há frases como “Brasil soberano” e “quem manda no Brasil é o povo brasileiro”, além do uso das cores da bandeira nacional. 

Segundo líderes petistas, existem atos previstos em ao menos 18 capitais. A expectativa é de que o maior deles aconteça em São Paulo, na praça da República.  

“Vamos mobilizar para o 7 de setembro para que as pessoas possam levar para as ruas a nossa manifestação de construção de um Brasil soberano, de um Brasil que pertença ao povo brasileiro, e de um Brasil mais justo e mais igualitário”, disse Edinho Silva, presidente nacional do PT. 

Lula, no entanto, não vai comparecer a nenhuma das manifestações organizadas pelo seu partido. O temor de seus aliados é de que o público fique abaixo do esperado e que amplie a percepção de que o petista não consegue fazer grandes mobilizações.

Apesar disso, os petistas acreditam que as manifestações e o desfile do 7 de setembro serão o pontapé na mobilização da militância para a disputa presidencial de 2026. A estratégia acontece após pesquisas apontarem sinais de reversão da impopularidade de Lula, o que fez com que o governo acelerasse as agendas de forte apelo eleitoral, a publicidade institucional e viagens pelo país. 

“Se eu estiver bem como estou agora, não tenha dúvidas de que serei candidato”, disse Lula recentemente em entrevista à Rádio Itatiaia. 

Direita vai às ruas em defesa de Bolsonaro e contra Moraes 

Por outro lado, aliados de Jair Bolsonaro preparam atos contra o ministro Alexandre de Moraes e em defesa da aprovação da anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023. O ex-presidente também não vai comparecer às manifestações, pois cumpre prisão domiciliar desde o início de agosto. 

A expectativa dos organizadores é que a principal concentração de público seja em São Paulo, na Avenida Paulista. A expectativa do pastor Silas Malafaia é reunir um público semelhante ao da última manifestação em defesa do ex-presidente, em agosto. 

Além de Malafaia e do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pretende reforçar a defesa pela aprovação da anistia pelo Congresso Nacional. A participação de Freitas acontece em meio à entrada dele nas negociações para que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), coloque o projeto na pauta após a conclusão do julgamento de Bolsonaro pelo STF no caso da suposta tentativa de golpe de Estado.  

“A história já mostrou que a anistia e o perdão são os melhores remédios para pacificar o país”, publicou Tarcísio no X. Também estão confirmados aliados como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).

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