Após duras críticas de parlamentares e até do próprio presidente Lula ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), duas das principais lideranças petistas – a ministra Gleisi Hoffman e o líder do governo na Câmara, José Guimarães – amenizaram o tom e saíram em defesa de Motta.
Segundo Gleisi, “o debate, a divergência, a disputa política fazem parte da democracia. Mas nada disso autoriza os ataques pessoais e desqualificados nas redes sociais contra o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, o que repudio.”
“Não é assim que vamos construir as saídas para o Brasil, dentre as quais se destaca a justiça tributária. O respeito às instituições e às pessoas é essencial na política e na vida”, acrescentou a ministra.
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Guimarães afirmou que “apesar do revés enfrentado recentemente pelo governo na votação do IOF, isso não pode ser usado como justificativa para ataques pessoais dirigidos ao presidente da Câmara, Hugo Motta.”
Segundo ele, “o que devemos continuar priorizando é a disputa de ideias no campo social, engajando a sociedade na compreensão dos esforços que o governo vem realizando para taxar os super-ricos e promover justiça social e tributária”.
O líder do governo ainda reiterou a solidariedade à Hugo Motta e destacou o apoio do presidente da Câmara à pauta do governo.
“Seguiremos trabalhando para demonstrar a importância da justiça tributária e social, além de dar continuidade à agenda que já conquistou avanços significativos nesta Casa, sempre com o apoio dos líderes da base e do próprio presidente Hugo Motta”, afirmou Guimarães.
O clima entre o governistas e o presidente da Câmara azedou de vez, após a votação do projeto que suspendeu a proposta do governo de mudanças no IOF. Motta avisou, tarde da noite da última terça-feira, que colocaria a suspensão em votação e, na noite seguinte, a proposta do governo já estava derrotada nas duas Casas Legislativas. Líderes da base reclamaram que não foram comunicados da decisão.
O governo recorreu ao STF, o que piorou ainda mais o clima com o Congresso. Agora, o tom dos petistas sinalizam uma tentativa de reaproximação com Motta.