O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (6) que a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi “positiva” do ponto de vista econômico.
A videoconferência, realizada pela manhã, marca a primeira tentativa formal de distensão diplomática desde o anúncio das tarifas de 50% impostas por Washington sobre produtos brasileiros, em meio à crise comercial entre os dois países.
“A conversa foi muito positiva do ponto de vista econômico”, disse Haddad, que participou da reunião virtual ao lado do presidente, segundo o jornal O Globo.
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O encontro foi acertado no fim de semana entre assessores da Casa Branca e do Itamaraty e contou com a presença do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, do chanceler Mauro Vieira e do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira.
A reunião ocorreu duas semanas após o encontro entre Lula e Trump durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e teve como foco buscar uma saída negociada para o tarifaço, que atingiu setores como máquinas e equipamentos, calçados, carnes e frutas.
Segundo fontes do governo, Lula reforçou que o Brasil não aceitará imposições unilaterais e defendeu a manutenção do comércio bilateral aberto e equilibrado.
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Condição política e soberania
Desde julho, Trump tem condicionado avanços nas negociações comerciais ao arquivamento do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
O governo norte-americano também adotou sanções contra cidadãos brasileiros, entre eles o ministro do STF Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, o que ampliou o mal-estar diplomático.
A conversa foi cordial, e há expectativa de um encontro presencial entre Lula e Trump ainda neste mês, durante uma reunião internacional na Malásia.
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O Palácio do Planalto deve divulgar uma nota oficial com o tom e os temas da conversa nas próximas horas. A equipe econômica considera que a retomada do diálogo é um passo importante para reduzir incertezas sobre as exportações brasileiras e proteger a competitividade da indústria nacional.