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O presidente dos EUA, Donald Trump, e o ditador da China, Xi Jinping, conversaram por mais de uma hora nesta quinta-feira (5) num telefonema classificado como “muito produtivo” pelo líder da Casa Branca em um contexto de crescentes atritos entre as duas potências.
Nas redes sociais, Trump disse que o foco da ligação foi a guerra comercial, diálogo que possibilitou aos dois discutirem “alguns detalhes” das negociações em andamento.
“Como presidentes de duas grandes nações, isso é algo que ambos aguardamos com entusiasmo”, declarou Trump, acrescentando que “a conversa se concentrou quase exclusivamente em comércio” e que “nada foi discutido em relação à Rússia-Ucrânia ou Irã”.
Ainda de acordo com o presidente americano, o telefonema “muito positivo” para ambos os países resultou na marcação de uma nova reunião com equipes de alto nível dos EUA e da China “em local a ser definido”.
Trump enfatizou que, após a conversa, “não deve mais haver dúvidas quanto à complexidade dos produtos de terras raras“. A China é a maior produtora e exportadora mundial de terras raras, controlando 70% do mercado global, e implementou restrições significativas à exportação que afetaram particularmente os EUA, a Europa e os países asiáticos.
Em contrapartida, o ditador da China informou que advertiu Trump sobre os impactos da guerra comercial para a economia global, apelando novamente para um recuo das medidas. Xi ressaltou que ambos os países devem “eliminar todo o tipo de perturbações”, incluindo “sabotagens”, para que as relações retornem ao “caminho certo”, segundo relatos da agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
O líder do regime chinês afirmou que o diálogo e a cooperação são “a única escolha certa” para as partes, destacando que foi Trump que solicitou a ligação.
Falando sobre comércio, Xi descreveu como um “passo importante” o acordo bilateral de suspensão tarifária alcançado em Genebra, que serviu para aliviar as tensões comerciais entre as duas potências. Segundo o ditador, os países devem aumentar as “trocas” em assuntos exteriores, comércio, no campo militar, entre outros assuntos, a fim de “reduzir mal-entendidos”.
Segundo a agência Reuters, Xi também mencionou o envolvimento dos EUA com “medidas ameaçadoras” em Taiwan.
Trump informou que recebeu um convite “amigável” do líder chinês para visitar a China com sua esposa, Melania, e retribuiu a ação.
Pequim e Washington concordaram com uma trégua tarifária de três meses, em maio, sob a qual os EUA concordaram em reduzir suas tarifas de 145% para 30%, e a China de 125% para 10%, em uma tentativa de abrir caminho para um acordo mais amplo. No entanto, essa “trégua” se mostra cada vez mais frágil.
