O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (1º) que o Brasil vai “aplaudir” o plano anunciado pela Casa Branca para encerrar a guerra na Faixa de Gaza. A declaração ocorreu durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
“O Brasil está acompanhando e somente ontem no final da tarde tomamos conhecimento do plano que foi lançado e, sem dúvida nenhuma, vamos aplaudi-lo publicamente”, disse o chanceler.
Segundo Vieira, a proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está alinhada ao que o governo brasileiro vem defendendo desde o início do conflito: cessar-fogo imediato, libertação de reféns, reconstrução de Gaza, respeito aos direitos humanos e ampliação da ajuda humanitária.
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O chanceler aproveitou para lembrar que, em 2023, quando o Brasil presidia o Conselho de Segurança da ONU, apresentou uma minuta de resolução com pontos semelhantes ao plano americano. O texto brasileiro previa corredores humanitários e garantia de suprimentos básicos à população de Gaza, além de condenar o terrorismo de forma explícita.
Apesar da ampla maioria favorável, a resolução foi vetada pelos Estados Unidos — um dos cinco membros permanentes com poder de veto. “Apresentamos resoluções nesse sentido que foram na ocasião vetadas por um país membro”, recordou Vieira.
O que prevê o plano de Trump
O plano revelado pela Casa Branca na última segunda-feira (29) propõe:
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• Criação de um governo internacional temporário, o “Conselho da Paz”, que seria chefiado por Trump e incluiria outros líderes globais.
• Cessar-fogo permanente entre Israel e Hamas.
• Libertação de reféns que ainda estão sob poder do Hamas, vivos ou mortos.
• Em contrapartida, Israel libertaria presos palestinos e devolveria restos mortais de civis de Gaza.
Vieira ressaltou que a convergência entre os pontos defendidos pelo Brasil e o novo plano americano pode criar condições para um avanço real. “Fazemos votos de que ela surta efeitos de todas as partes”, concluiu.