domingo , 14 setembro 2025
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Careca do INSS foi preso após ameaçar testemunha, ter casa nos EUA e preparar fuga

No pedido de prisão do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, a Polícia Federal afirmou ter identificado suspeitas de que o empresário estava “ameaçando” testemunhas, escondendo patrimônio no estacionamento de um shopping em Brasília e preparando uma rota de fuga para os Estados Unidos. Antunes é investigado sob suspeita de ser um dos principais operadores de um esquema de desvios de aposentadorias por meio de associações. A detenção, autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorreu na sexta-feira e neste sábado foi mantida após audiência de custódia.

Para justificar a necessidade da prisão de Antunes, os investigadores afirmam ter identificado que o empresário comprou uma casa nos Estados Unidos e viajaria para o exterior “em data próxima” à deflagração da Operação Sem Desconto, que apura as fraudes no INSS. O movimento foi entendido pela PF como uma forma de ele se “evadir do país, sinalizando risco concreta de fuga”. Procurada, a defesa de Antunes disse que só irá se manifestar nos autos.

O esquema revelado pela Operação Sem Descontos identificou que sindicatos e associações cobravam de aposentados e pensionistas descontos irregulares nos seus pagamentos entre 2019 e 2024, por meio de autorizações fraudadas. Com isso, milhares de pessoas tinham parte de suas aposentadorias descontadas sem sua autorização. Os investigadores calcularam que o valor do prejuízo pode chegar a mais de R$ 6 bilhões. O caso levou à demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência e o afastamento do agora ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

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Com o parecer favorável da Procuradoria-Geral da República, Mendonça atendeu ao pedido da PF e decretou a prisão do “Careca do INSS”, além de ordenar mandados de busca e apreensão contra ele. A decisão é datada de 11 de setembro de 2025, mas só foi cumprida na sexta-feira.

Investigadores suspeitam que os alvos tiveram conhecimento antecipado da primeira fase da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril deste ano. Um dos indícios é que três veículos de luxo —uma Ferrari F8 Spider e duas Mercedes-Benz — foram levados ao estacionamento de um shopping em Brasília no dia anterior à realização das buscas. A PF viu isso como um possível vazamento de informação privilegiada e uma maneira de esconder patrimônio que seria apreendido pelas autoridades.

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Outro indício apontado pelos investigadores foi o fato de Antunes ter deixado o país cinco dias antes da deflagração da operação, em abril, e voltado três dias depois de equipes da PF cumprirem buscas e apreensões em seus endereços.

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Investigadores apontam ainda que Antunes tem “influência política”, o que lhe permitiria agir para tentar embaraçar as investigações. “Antônio Camilo possui uma grande capacidade intimidatória, tendo em vista sua rede de contatos, sua influência política, sua capacidade financeira, seu modo destemido de agir, acreditando piamente na impunidade, sua proximidade com os demais investigados e testemunhas”.

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Além desses indícios, a PF cita o depoimento de uma testemunha ouvida em São Paulo que declarou ter recebido “ameaças de morte” da parte de Antunes. “O referido depoente também teria declarado ter percebido ‘que Antônio Camilo, logo após a Operação da Polícia Federal, começou a dilapidar seu patrimônio para se capitalizar, e que ele falou que precisava levantar dinheiro, fechar as torneiras, dispensar os empregados e que iria para os Estados Unidos’”, diz o relatório entregue a Mendonça.

A mesma testemunha ainda disse, segundo a PF, que Antunes lavava dinheiro com carros de luxo e que “estaria se desfazendo de tais veículos por preços abaixo do mercado”.

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