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Durante a audiência pública para ouvir o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deputados da oposição e da base trocaram acusações e protagonizaram cenas de gritaria no Comissão de Previdência Social da Câmara.
O ministro chegou a dizer que se sentiu acuado em alguns momentos com a agressividade dos parlamentares. “Mas é parte da vida, já estou com lombo grosso, já estou acostumado com o enfrentamento”, afirmou.
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) levou para o plenário da Comissão uma beneficiária que, segundo ele, foi lesada pelo esquema de desvios do INSS. O deputado cobrou a renúncia do ministro. Na mesma toada, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) afirmou que o ministro deveria pedir para sair.
Já o deputado Evair de Melo (PP-RS) disse que alertou o Ministério sobre os descontos indevidos em março de 2023. Segundo ele, em abril de 2023 voltou a informar sobre os descontos, mas o ministro ignorou a informação.
Deputados da base governista saíram em defesa do ministro. O deputado Mário Heringer (PDT-MG) disse que o deputado Evair só se preocupou em fazer acusações depois de quatro anos de governo Bolsonaro. Heringer acusou a oposição de “transformar o país num circo, num palco para obtenção de lives” para internet.
Ele defendeu ainda que a investigação tem que retroagir ao período do ministro Paulo Guedes (que tinha sob seu guarda-chuva a Previdência Social no governo Bolsonaro). Segundo Heringer, 67% das fraudes foram cometidas por entidades habilitadas em 2022.
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), defendeu o ministro Carlos Lupi, afirmando que o relatório da Polícia Federal não cita em nenhum momento o nome dele. E acusou a oposição de querer criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para atrapalhar as investigações. “Acredito mais numa investigação da PF do que numa CPI do deputado Chrisóstomo”, afirmou. O citado deputado está recolhendo assinaturas para a criação da “CPI do roubo dos aposentados”.
