Veja abaixo, por tópicos, os principais pontos das falas das figuras mais relevantes presentes no ato sobre o ministro Alexandre de Moraes, anistia e até sobre a atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em um ato na Avenida Paulista, nas proximidades do tradicional vão do MASP, neste domingo, 7 de setembro, data do feriado que celebra o Dia da Independência do Brasil.
Com o lema “Reaja Brasil: o medo acabou”, a principal pauta foi a da anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje réu no julgamento do núcleo crucial por tentativa de golpe de Estado, nas mãos do Supremo Tribunal Federal. A previsão é que o STF encerre a análise do caso na sexta-feira, 12.
A seguir, confira em tópicos os principais pontos das falas das figuras mais relevantes da direta brasileira presentes no ato: Michelle Bolsonaro, esposa de Bolsonaro e ex-primeira dama; Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo; e o pastor Silas Malafaia. Confira.
Tarcísio de Freitas
- O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu anistia para Jair Bolsonaro, réu por golpe de Estado.
- Criticou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, chamando sua atuação de “tirania”.
- Durante o ato na Avenida Paulista, manifestantes gritaram “fora, Moraes” e Tarcísio respondeu: “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”.
- Tarcísio questionou as provas contra Bolsonaro e aliados, chamando de “mentirosa” a delação de Mauro Cid. Declarou: “Tentam criar uma narrativa de que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe de Estado… Como vou condenar uma pessoa sem nenhuma prova?”
- Defendeu anistia ampla para os condenados: “Se a gente está aqui hoje defendendo a anistia, essa anistia tem que ser ampla”.
- Pressionou o presidente da Câmara, Hugo Motta, para votar projeto de anistia: “Trazer a anistia para a pauta é trazer justiça”.
- Disse que Bolsonaro deveria ser candidato em 2026: “Só existe um candidato: é Jair Messias Bolsonaro”.
- Reforçou a ideia de resolver divergências nas urnas: “Deixem o Bolsonaro ir para a urna com problema. Ele é o nosso candidato”.
Silas Malafaia
- Silas Malafaia acusou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de “ter rasgado sucessivamente” a Constituição.
- Perguntou retoricamente: “Que democracia é essa? Um homem destruindo o Estado democrático de Direito.”
- Manifestou surpresa por ser incluído em investigação sobre obstrução de justiça e coação: “O que é que eu tenho com isso?”
- Questionou se “É crime dar opinião, dar conselho, criticar, influenciar?”
- Defendeu-se dizendo que Moraes tenta “colocar medo, calar a boca e travar opositores”, mas “escolheu cara errado”.
- Referiu-se à atuação de Moraes como “Gestapo de Moraes”.
- Admitiu falar “umas coisas indevidas”, mas afirmou: “é melhor do que destruir a democracia brasileira”.
- Reclamou da apreensão de seus cadernos bíblicos pela Polícia Federal: “Tinha três cadernos de esboços bíblicos em minha mala… minha ferramenta de trabalho.”
- Acusou Moraes de promover “perseguição política, religiosa também”.
- Disse enviar vídeos para ministros do STF e negou conluio: “Vaza que os ministros estão recebendo, estão em conluio comigo, prevaricaram? Claro que não.”
- Alegou que ele e Bolsonaro foram contra a ida de Eduardo Bolsonaro para os EUA, afirmando: “Se estivesse aqui, já estava na cadeia.”
Michelle Bolsonaro
- Última a falar, Michelle Bolsonaro discursou emocionada e chorando na manifestação bolsonarista. Pediu desculpas pela emoção e declarou: “Hoje eu choro, eu não queria estar chorando. Mas está pesado demais. Está muito pesado, é muita maldade que estão fazendo com a gente”.
- Defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que ele está “amordaçado dentro de casa”.
- Relatou as dificuldades pessoais com a prisão domiciliar do ex-presidente: “Eu estou tendo que me desdobrar como mãe, como esposa, como presidente do PL, mas antes de tudo como amiga para poder cuidar dele, para que ele fique bem”, e destacou os cuidados com o ex-presidente: “Cuido da alimentação, oro. Trago à memória dele que ele é o maior líder da direita de uma nação”.
- Lembrou do 7 de setembro de 2022 em Brasília, quando Bolsonaro falou para mais de 1 milhão de pessoas: “Hoje ele não pode falar… porque as nossas liberdades foram cerceadas”.
- Expressou o desejo de que Bolsonaro pudesse participar do ato, mesmo que por vídeo chamada.
Áudio para Brasília
- Como não pôde estar em atos pró-Bolsonaro em Brasília, Michelle enviou um áudio que foi reproduzido no ato que reuniu cerca de 7.600 pessoas na Torre de TV, na capital no Brasil, onde afirmava que a “perseguição política e religiosa avança” no Brasil.
- Nesse aúdio falou em prisões e maus-tratos sobre os réus e condenados pelo ato de 8 de janeiro: “Movidos por vingança, autoridades perversas prenderam inocentes, crianças foram levadas para um campo de detenção… Idosas foram presas… E estão sendo espancadas na cadeia.”
- Citou a morte do preso Clezão, apelido de Cleriston Pereira da Cunha: “Até um pai de família, o Clezão, morreu na prisão.”
- No áudio Michelle menciona Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, e suas denúncias de “ilegalidades e abusos de autoridade” no STF.
- Michelle também contou que, ao ser questionado por um jornalista sobre nunca ter denunciado as supostas condutas abusivas de Moraes, Tagliaferro teria respondido ‘Denunciar para quem no Brasil?’ e completou “É por isso que as denúncias estão sendo levadas ao mundo”.
- Criticou ministros do STF dizendo que a Constituição “está sendo rasgada diariamente e injustiças são cometidas por alguns poucos do vosso meio que se dizem juízes, mas agem como tiranos,” em referência a Alexandre de Moraes.