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Ariel García Furfaro, dono do laboratório que produziu o fentanil contaminado que causou uma grave crise sanitária na Argentina, ocasionando a morte de mais de 90 pessoas, foi detido na última quarta-feira (20) por ordem da Justiça, de acordo com informações da ministra da Segurança do país, Patricia Bullrich.
“Este é Ariel García Furfaro, dono do laboratório de fentanil contaminado. O último que faltava, detido”, escreveu Bullrich, em postagem no X, juntamente com uma imagem do empresário.
“Ser amigo do poder kirchnerista não salva você”, disse, insinuando que García Furfaro teria laços com a esquerda argentina — movimento de oposição do governo do presidente Javier Milei.
De acordo com a imprensa local, o próprio García Furfaro, após ser notificado do mandado de prisão contra ele, se entregou às autoridades.
Pouco antes, Bullrich divulgou imagens de outros acusados no caso e escreveu: “Eles fazem, eles pagam. Os responsáveis pelo lote letal de fentanil, atrás das grades. Os culpados pelas mortes por fentanil contaminado já não andam livres”.
“Acabou a impunidade: agora deverão responder perante a Justiça, as famílias e toda a sociedade”, completou a ministra, que destacou que as prisões foram feitas a pedido da Justiça.
O mandado de prisão de García Furfaro foi emitido na própria quarta-feira pelo juiz Ernesto Kreplak, responsável pela investigação do caso, que também ordenou outras dezenas de batidas simultâneas.
O juiz também ordenou a prisão de vários diretores, técnicos e acionistas da HLB Pharma e dos Laboratórios Ramallo.
Ariel García Furfaro é um dos mais de 20 suspeitos investigados no caso da morte de pelo menos 96 pessoas na Argentina após receberem fentanil contaminado com duas bactérias multirresistentes.
O potente opioide sintético, usado como analgésico e anestésico, foi administrado a pacientes em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Como parte da investigação, Kreplak, que está à frente do Tribunal Federal n° 3 da cidade de La Plata, na província de Buenos Aires, ordenou uma grande quantidade de medidas probatórias que revelaram um complexo esquema societário envolvendo pessoas físicas e jurídicas ligadas à HLB Pharma.
Milei já o havia relacionado com o kirchnerismo
No último dia 14, o presidente argentino acusou o kirchnerismo de ter encoberto o principal investigado no caso do fentanil contaminado, o dono do laboratório que produziu a droga, García Furfaro.
“Como dedicaram tantos anos a colonizar todos os níveis do Estado, tanto em nível provincial como também em nível nacional quando tiveram a oportunidade, podem se safar de qualquer barbaridade sem importar sua gravidade. Tomemos por exemplo o encobrimento atroz de Ariel Furfaro, um eterno sócio kirchnerista, pelo caso do fentanil”, havia dito Milei em atos de campanha eleitoral.
O mandatário apontou supostos vínculos de Furfaro, dono do laboratório HLB Pharma, com políticos kirchneristas. As falas de Milei desencadearam gritos de “assassino, assassino” contra Furfaro por parte de seus seguidores.
O único vínculo reconhecido por Furfaro com políticos kirchneristas é uma relação comercial com Andrés Quinteros, ex-deputado na província de Buenos Aires.
O presidente também criticou a escolha do juiz que investiga o caso do fentanil contaminado, Ernesto Kreplak, irmão do atual ministro da Saúde da província de Buenos Aires, Nicolás Kreplak.
“Acaso lhes parece coincidência que o juiz que tem o caso seja justamente o irmão do ministro da Saúde de Kicillof?”, questionou retoricamente Milei, em referência ao governador provincial e líder opositor Axel Kicillof.
“Esse é o modelo do amiguismo. Corrupção, encobrimento e crime”, completou Milei.
