O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, obteve nesta semana visto diplomático que garante sua entrada nos Estados Unidos para compromissos oficiais em setembro. A autorização encerra um impasse iniciado em agosto, quando o governo de Donald Trump anunciou a suspensão dos vistos do ministro e de seus familiares.
Na prática, a medida tinha efeito limitado sobre Padilha, já que seu visto de turismo estava vencido. O impacto maior foi sobre sua esposa e filha, que tiveram os documentos suspensos. A decisão, contudo, se transformou em mais um ponto de atrito diplomático, levando o Ministério das Relações Exteriores a intervir junto à embaixada americana.
O Itamaraty argumentou que Padilha precisava viajar para representar o Brasil em dois fóruns multilaterais: uma reunião da ONU sobre doenças crônicas, durante a Assembleia Geral que começa no dia 23, em Nova York, e a conferência da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em Washington, no fim do mês.
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Durante o período de incerteza, o ministro procurou demonstrar desinteresse com a situação. Em tom irônico, afirmou a jornalistas que não se preocupava com a possibilidade de não entrar nos Estados Unidos, dizendo que não tinha “nenhuma vontade de ir ao país”.
Padilha não foi o único integrante do governo Lula a enfrentar restrições. Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Ricardo Lewandowski (Justiça) também tiveram vistos suspensos no início do mês, mas receberam posteriormente autorizações especiais para participar de encontros internacionais.