Amorim diz que Prêmio Nobel “priorizou política” e que espera que não “facilite intervenção na Venezuela”

O assessor internacional da Presidência da República, Celso Amorim comentou nesta sexta-feira (10) o prêmio Nobel da Paz concedido à líder venezuelana Maria Corina Machado.

Em entrevista à rede de TV CNN, declarou entender que o Comitê do Prêmio Nobel priorizou política ao invés de paz ao conceder o prêmio.

“Não sei os critérios do Nobel. Nem ponho em dúvida as qualidades pessoais daEu havia lido uma referência a uma postagem de um porta-voz da Casa Branca, aparentemente retirada, em que dizia que o Comitê do Nobel priorizou a política em relação à paz. Pessoalmente achei interessante”, ponderou Amorim.

Ao ser questionado se concordava com a avaliação de que a política foi priorizada, Amorim respondeu que sim, ressaltando que se tratava de uma opinião pessoal. A Venezuela tem sido pressionada pelo posicionamento de navios de guerra nos EUA próximos ao seu litotral.

Mais tarde, em uma entrevista exclusiva à coluna de Raquel Landim, no Uol, disse esperar que o prêmio não facilite uma intervenção na Venezuela. “Só o tempo dirá. Se, após esse prêmio, os navios de guerra forem retirados, foi bom. Espero que ele não leve a atitudes mais radicais, nem facilite uma intervenção estrangeira”, disse Amorim.

A organização do Nobel justificou a escolha de Corina por “seu incansável trabalho na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, segundo anúncio.