Um dia após ser alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), o pastor Silas Malafaia participou de um culto no qual rebateu críticas pelo apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou a independência no campo político e criticou a apreensão do passaporte na operação de quarta-feira. O líder religioso da Assembleia de Deus em Cristo também proferiu críticas ao comunismo e se disse uma “voz profética”.
Durante o culto na Penha, na Zona Norte do Rio, Malafaia afirmou que o apoio ao petista ocorreu em um momento em que a esquerda não tinha “mostrado suas garras” e não havia denúncias de corrupção contra ele. O pastor citou declarações de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no período próximo à Operação Lava-Jato contra Lula para embasar o afastamento do PT e disse que para discutir com ele precisa “saber a história do país”.
Malafaia também disse não ter desejo de concorrer a um cargo político. Em referência à Alexandre de Moraes, alvo constante de críticas do líder religioso, o pastor afirmou haver um ministro que rasga a Constituição e ressaltou que sabia que uma hora “a conta ia chegar para ele”, mesmo evitando xingamentos contra o magistrado durante manifestações.
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“Apreenderam o telefone do (Jair) Bolsonaro e tem conversas minhas lá. O lado bom disso é que mostra que não sou bolsominion. Sou independente. Elogio quando tenho que elogiar e crítico quando tenho que criticar. A família Bolsonaro me respeita porque sou íntegro, honesto e falo a verdade. Continuo do lado deles porque me respeitam”, disse Malafaia.
O pastor também criticou a decisão de apreensão do passaporte durante a ação da PF:
“Quando soltou a bomba eu estava em Portugal e eu voltei para o Brasil. Se eu quisesse fugir eu ficava lá. Para vocês veem a covardia e a maldade. Eu estou sendo investigado, não estou indiciado. Como apreendem o passaporte de um líder religioso respeitado?”
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Para Malafaia, o Estado democrático “está em perigo” e toda perseguição termina na religiosa. Ao chegar no culto, mensagem no telão com a frase “estamos juntos, pastor” foi exibida e placas de apoio foram erguidas pelos fiéis presentes.
‘Estúpido de marca maior’
O relatório da PF divulgou uma conversa entre o ex-presidente e um de maiores apoiadores, o pastor Silas Malafaia. Apesar de não indiciá-lo, a PF afirma que o líder religioso “vem atuando de forma livre e consciente” na “definição de estratégias de coação e difusão de narrativas inverídicas” e no “direcionamento de ações coordenadas” a fim de coagir membros do STF.
Em mensagens trocadas no dia 11 de julho, o pastor criticou os “discursos nacionalistas” de Eduardo. Ele também ressaltou a postura do outro filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como sendo a mais adequada para tratar o tarifaço e buscar uma anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
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“DESCULPA PRESIDENTE! Esse seu filho Eduardo é um babaca, inexperiente, que está dando a Lula e à esquerda o discurso nacionalista e ao mesmo tempo te ferrando. Um estúpido de marca maior”, escreveu. “A faca e o queijo estão na tua mão, cacete, e nós não podemos perder isso, pô. E vem o teu filho babaca falar merda, dando discurso nacionalista, que eu sei que você não é a favor isso. Dei um esporro, cara, mandei um áudio para ele de arrombar. E disse para ele: ‘a próxima que você fizer, eu gravo um vídeo e te arrebento’”.