O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou nesta quarta (29) a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a ação do crime organizado no Brasil. A iniciativa ocorre um dia depois da megaoperação policial contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, que vitimou 119 pessoas, sendo 115 apontados como integrantes da facção e quatro policiais.
Alcolumbre afirmou que autorizou a CPI em entendimento com o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) para apurar o avanço das milícias e facções criminosas no país, além de promover uma “união” das instituições. De acordo com ele, a instalação ocorrerá na próxima terça-feira (4).
“A comissão irá apurar a estruturação, a expansão e o funcionamento do crime organizado, com foco na atuação de milícias e facções. É hora de enfrentar esses grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o país”, afirmou Alcolumbre em uma rede social:
A operação no Rio de Janeiro foi considerada um “sucesso” pelas autoridades fluminenses, mas altamente criticada por integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela letalidade e violência empregada, que gerou uma forte reação do Comando Vermelho ao longo da terça-feira (28). Em uma entrevista coletiva no começo da tarde, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, confirmou que a corporação foi comunicada da ação, mas se negou a participar.
“Não fomos comunicados que seria deflagrada nesse momento. Houve contato anterior, do pessoal da inteligência da PM como nosso pessoal no Rio, para ver se haveria alguma possibilidade de atuarmos em algum ponto nesse contexto. A partir da análise do planejamento operacional, a nossa equipe entendeu que não era uma operação razoável para que a gente participasse”, afirmou.
A declaração contrasta com a fala do chefe, o ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, que afirmou que o governo federal não havia sido comunicado da operação ou mesmo recebido algum pedido de auxílio por parte da gestão fluminense de Cláudio Castro (PL-RJ).
Na véspera, Castro afirmou que teve pelo menos três pedidos de ajuda ao governo federal negados, e que, por isso, não solicitou auxílio para esta operação. De acordo com ele e demais autoridades, toda a ação foi executada somente pelo estado.
“Não foram pedidas desta vez [as Forças Armadas] poque já tivemos três negativas, então já entendemos a política de não ceder. Falaram que tem que ter GLO [Operação de Garantia da Lei e da Ordem], […]e o presidente já falou que é contra GLO”, disse.
A fala do governador foi rebatida por Lewandowski pouco depois, que disse que o governo federal “tem atendido, prontamente, a todos os pedidos do Governo do Estado do Rio de Janeiro para o emprego da Força Nacional no Estado”.
Nesta quarta (29), Castro redobrou o tom duro com o governo Lula e afirmou que “o governador desse estado e nenhum secretário vai ficar respondendo ministro ou secretário que queira transformar esse momento em batalha política. […] Nosso recado é: soma ou suma”.
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