O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou a empresários e representantes de entidades do setor cafeeiro nesta quarta-feira que a negociação comercial com os Estados Unidos tem avançado nos bastidores e que o café brasileiro, hoje afetado pelo tarifaço de 50%, está na lista de prioridades do Brasil.
Alckmin repetiu o que tem dito a outros empresários: o plano A do governo brasileiro, já formalizado ao Secretário de Estado americano, Marco Rubio, é que os Estados Unidos suspendam os efeitos do tarifaço a produtos brasileiros até que as negociações para um acordo comercial sejam concluídas. O pedido teria sido reforçado pelo próprio chanceler Mauro Vieira a Rubio, mas não houve resposta até o momento.
O plano B do Brasil seria ampliar a lista de produtos isentos ao tarifaço, a começar por produtos já inseridos pelo próprio Donald Trump como possíveis exceções por serem “recursos naturais indisponíveis” nos EUA. No dia 5 de setembro, o presidente americano atualizou o tarifaço e inseriu um anexo de 109 páginas de produtos que poderiam ser isentos de tarifas por serem indisponíveis localmente.
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No arquivo, constam itens como café, ligas de aço, ferro e carne, produtos que o Brasil historicamente exporta aos EUA e que hoje estão sujeitos às tarifas de 50%. A efetividade da isenção, porém, não é automática, e sim decisão pessoal do presidente americano.
Alckmin disse aos empresários que o café está no topo da lista de produtos que o Brasil quer incluir nessa lista, segundo Marcos Matos, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
— O presidente em exercício afirmou que o café é prioridade tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos. Tivemos a mesma sinalização por parte de empresários americanos. Se for incluído na lista de exceções, o produto passaria a ser totalmente isento de tarifas — disse Matos.
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Procurado, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) não retornou.
Café, ferro, aços e carne bovina estão entre os cinco principais produtos da pauta de exportações do Brasil aos EUA e seguem afetados pelo tarifaço