O governo do Distrito Federal e Juliana Monici Souza Pinheiro, chefe de gabinete do governador Ibaneis Rocha (MDB-DF), tornaram-se réus em um processo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) relacionado às operações do Banco Regional de Brasília (BRB) com o Banco Master. O ato ocorreu dias depois da deflagração da Operação Compliance Zero, pela Polícia Federal, que levou à prisão do dono do Master, Daniel Vorcaro, e ao afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
A CVM incluiu Juliana Monici no processo por ela integrar o conselho fiscal do BRB, instituição controlada pelo governo do DF. A autarquia afirmou que não comenta casos específicos, mantendo o procedimento em sigilo. No entanto, a simples abertura do processo amplia a pressão sobre o governo distrital pela defesa que fez da aquisição do Master pelo BRB, barrada pelo Banco Central.
“Diante da informação que a decisão contraria a jurisprudência dos tribunais, devo me reunir com a Procuradoria do Distrito Federal na segunda feira”, disse Ibaneis Rocha ao Correio Braziliense.
Segundo a Polícia Federal, a operação desta terça (18) resultou no bloqueio de R$ 12,2 bilhões em contas bancárias, quatro prisões preventivas e duas temporárias, e a apreensão de diversos carros de luxo, obras de arte, relógios e R$ 1,6 milhão em espécie na “casa de um dos investigados”, completou o diretor-geral da PF.
Segundo informações apuradas pela Gazeta do Povo com fontes a par das investigações, o BRB e o Master teriam negociado carteiras de crédito de terceiros sem lastro financeiro, em que o banco estatal repassou R$ 12 bilhões à instituição privada com a anuência do presidente Paulo Henrique Costa. Ele foi afastado do cargo durante a deflagração da operação.
A transação, de acordo com a apuração, teria ocorrido entre os meses de janeiro e maio deste ano, com outras negociações arriscadas realizadas desde 2024 sob ressalvas do Banco Central — a autoridade monetária decretou a liquidação extrajudicial do Master.
A PF afirma que os envolvidos podem responder pelos crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros, com penas de 3 a 12 anos de prisão.
Em nota à reportagem, o BRB informou que sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência e que prestou regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master. “A Instituição reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade e a integridade na condução de suas atividades”, completou.
Já o Governo do Distrito Federal (GDF) afirmou que o BRB mantém a capacidade plena de operação com “total segurança administrativa e financeira” e disponibilização normal dos serviços. “Não há qualquer impacto estrutural na liquidez, na solvência ou na continuidade operacional da instituição”, completou em nota.
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