O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, a indicação pelo presidente da República é apenas o primeiro passo de um processo que pode se estender até a posse na Corte. Neste mandato, Lula já havia indicado também os nomes de Cristiano Zanin e Flávio Dino para a Suprema Corte.
Após a publicação da indicação pela Presidência da República, o nome é oficialmente comunicado ao Senado Federal, que dá início às providências para a análise do indicado. Oficialmente, o primeiro passo é uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o mais importante colegiado da Casa. Embora esse seja o passo inicial, ele tradicionalmente é precedido de semanas de conversa entre o indicado e os senadores. Com isso, é esperado que o escolhido faça uma peregrinação nos gabinetes dos senadores em busca de apoio para garantir os votos necessários.
Na Comissão de Constituição e Justiça, o indicado passa por uma sabatina. Esse tipo de reunião costuma durar várias horas, mas o tom pode variar a depender da polêmica em torno do nome indicado pela Presidência. Entretanto, são raras também as ocasiões em que senadores atacam de forma muito forte os indicados: o Senado só rejeitou nomes indicados ao Supremo em cinco oportunidades e todas elas em 1894, portanto, é natural que os senadores não queiram se indispor com alguém que provavelmente será ministro do Supremo.
Continua depois da publicidade
Oposição pressiona em sabatina
Na sessão, os senadores, sobretudo os oposicionistas, questionam o escolhido sobre temas polêmicos, suas visões jurídicas e posicionamentos que pode adotar no cargo. Finalizados os questionamentos, o relator da indicação apresenta seu parecer sobre a indicação e ele é votado pelos integrantes da CCJ.
Nas duas primeiras indicações de Lula, o presidente da Comissão era o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que agora é o presidente do Senado. A comissão, agora, é presidida por Otto Alencar (PSD-BA), que é da base governista e, portanto, deve marcar a sessão quando o governo tiver segurança em relação aos votos necessários para a aprovação. Para ser aprovado nesta fase, é necessária a maioria simples dos votos (14 votos, caso todos os 27 membros estejam presentes para a votação).
Superada a votação na CCJ, a indicação segue para a etapa decisiva, a votação no plenário do Senado. Ela geralmente ocorre no mesmo dia da sabatina na Comissão de Constituição e Justiça. Em votação secreta, os 81 senadores votam pela aprovação ou rejeição do nome e, novamente, para a aprovação é necessária a maioria simples, 41 senadores. A última indicação de Lula, do ministro Flávio Dino, que contou com razoável oposição no Senado, foi aprovada com 47 votos favoráveis e 31 contrários. Zanin, por sua vez, foi aprovado com 58 votos favoráveis e apenas 18 contrários.
Se o nome for aprovado pelo plenário, o Senado comunica oficialmente a decisão ao Presidente da República. O passo seguinte é a nomeação oficial, formalizada por meio de um decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União. Por fim, o processo é concluído com a cerimônia de posse no novo cargo.
MT City News MT City News é o seu portal de notícias do Mato Grosso, trazendo informações atualizadas sobre política, economia, agronegócio, cultura e tudo o que acontece no estado. Com uma abordagem dinâmica e imparcial, buscamos levar a você as notícias mais relevantes com credibilidade e agilidade.