O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que o governo foi vítima de “furto com abuso de confiança”, após as mudanças no PL Antifacção previstas pelo relator do texto, Guilherme Derrite (PP), deputado federal e secretário licenciado de Segurança Pública de São Paulo.
O comentário foi feito pelo parlamentar petista em entrevista à Folha de S. Paulo e repetido por ele em um post no X na tarde deste domingo.
Na publicação, Lindbergh cita menção do delito no Código Penal. No documento, o crime é descrito como a situação em que alguém se aproveita de sua relação de confiança construída com a vítima para furtar um bem material.
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“Foi exatamente isso que fizeram com o presidente Lula: subtraíram a autoria e o espírito do PL Antifacção, projeto elaborado pelo Ministério da Justiça para fortalecer o combate às facções, endurecer as penas, bloquear bens e criar o Banco Nacional de Facções Criminosas”, escreveu no post.
Na publicação, o parlamentar também destaca que Derrite faz parte do secretariado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), descrito pelo petista como “pré-candidato à presidência”. “Ele ‘furtou’ o texto do governo e o contaminou politicamente, transferindo-o para dentro da Lei Antiterrorismo e criando uma ‘equiparação funcional’ entre facções e terrorismo, algo que o próprio projeto original evitava expressamente”, disse.
Como mostrou o GLOBO, na semana passada, o relator defendeu que facções criminosas não sejam conceitualmente classificadas como organizações terroristas, mas que suas práticas armadas e de domínio territorial recebam tratamento penal equivalente ao terrorismo, com penas de 20 a 40 anos.
“Essa alteração desfigura o conteúdo técnico e transforma uma política pública nacional em instrumento de disputa eleitoral, desviando o propósito original do PL”, acrescentou o parlamentar petista.
No post, Lindbergh também disse que a mudança no texto também ameaça a soberania nacional ao “abrir brecha para a aplicação automática de tratados internacionais de combate ao terrorismo, o que pode gerar sanções financeiras, congelamento de bens e cooperação policial estrangeira”.
A indicação do secretário de Tarcísio para assumir a relatoria do texto também foi assunto de uma reclamação feita pelo presidente Lula (PT) ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), na semana passada.
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Em resposta, Motta disse, em uma publicação no X, que o relatório apresentado por Derrite mantém pontos apresentados pelo governo federal e endurece penas contra facções criminosas.
Na postagem, também destacou que a segurança pública é uma “pauta suprapartidária e uma urgência nacional” e disse que vai trabalhar para que a Câmara aprove o projeto ainda neste ano. “O plenário é soberano e o debate será amplo, transparente e democrático”, completou.
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