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A Petrobras colaborou com a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) mandando um combustível considerado poluente. Segundo a empresa, geradores de eletricidade e ônibus serão abastecidos com diesel S10, com apenas 10% de conteúdo renovável.
Para as entidades ligadas à produção de biocombustível, o produto não pode ser considerado sustentável e é equivalente ao diesel comum. Para o vice-presidente do Grupo Potencial e membro da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Carlos Eduardo Hammerschmidt, apenas com uma matriz vegetal de 100% pode ser considerado biocombustível.
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“O diesel coprocessado, conforme apontado por especialistas da área, não é considerado um biocombustível. Isso porque apenas 5% do seu processo de produção é originado de óleo vegetal, enquanto os outros 95% vêm de diesel fóssil”, explicou.
A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel ficou indignada com a escolha da Petrobras, de mandar um combustível de matriz fóssil para um evento sobre mudanças climáticas. Liderada pelo deputado Alceu Moreira (MDB-RS), a Frente divulgou uma nota condenando a escolha.
“Me impressiona o cinismo da Petrobras em promover, na tentativa de conquistar uma fatia de mercado, um combustível fóssil na COP-30, podendo até envolver o Brasil num caso global de Greenwashing″, declarou o parlamentar à coluna de Roseann Kennedy, no jornal O Estado de S.Paulo.
A Petrobras reconheceu o conteúdo fóssil do diesel S10, mas preferiu destacar o conteúdo renovável do combustível coprocessado. “A iniciativa reforça a importância que a Petrobras dedica aos debates sobre temas de interesse energético e socioambiental”, escreveu em nota a companhia.
O percentual de 10% é maior até do que o padrão da mistura do diesel nas bombas. Responsável por cerca de 25% da produção mundial de biocombustíveis, o país já opera com a mistura B15 (15% de biodiesel no diesel fóssil) em escala nacional, segundo a agência Gov do governo federal.
Procurada, a organização da COP 30, sem responder diretamente às críticas, disse que foi realizada licitação por meio da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) para contratação de disponibilidade de até 80 MW de energia elétrica e que foram contratados motores geradores, movidos, em regra, a biodiesel, para garantir a segurança energética do evento em caso de eventual interrupção do fornecimento.
