A operação policial que matou mais de 60 pessoas nesta terça-feira (28) no Complexo do Alemão e na Penha, no Rio de Janeiro, teve repercussão entre integrantes da direita. A oposição lembrou que o governo federal ainda não enquadrou as principais facções criminosas do país como grupos terroristas.
No X, o vereador e filho do ex-presidente Carlos Bolsonaro (PL-RJ) reagiu a um post sobre a reação dos criminosos à operação. Carlos culpou o governo Lula, que não teve a iniciativa de enquadrar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como grupos terroristas.
“Essa posição foi reafirmada em reunião com representantes dos EUA, durante a qual o Brasil destacou que suas facções criminosas não se enquadram como terroristas segundo a legislação brasileira”, disse o vereador no X. A ação policial mobilizou mais de 2,5 mil agentes de segurança.
Seu irmão Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também repercutiu o episódio. “Drone do CV arremessa bombas em operação policial, mas se eu sugerir bombardear barcos de traficantes, a esquerda acha um escândalo”, disse ele.
Outro bolsonarista que falou sobre o tema foi o deputado federal Filipe Barros (PL-PR). Ele lembrou que Lula disse que, “traficantes são vítimas dos usuários também”.
“Enquanto operações como a de hoje mostram mais uma vez ao País o tamanho da desgraça causada pelo crime, nunca se esqueça que Lula não quer combater as facções como terroristas. Não dá para esperar nada de quem chamou traficantes de vítimas dos usuários”, escreveu.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também associou a escalada da violência ao petista. Nas redes, falou de soberania. “Brasil soberano da esquerda aí”, escreveu.
O deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) também ligou a megaoperação carioca com a recente declaração do presidente: “O crime organizado está usando até drones com bombas mas, para Lula, a culpa é dos usuários”, ressaltou.
O deputado Federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) protocolou o Ofício nº 295/2025 endereçado ao Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, solicitando a abertura de investigação preliminar para apurar possível omissão do Presidente Lula na adoção de medidas federais de segurança pública no Estado do Rio de Janeiro.
O pedido tem como base as declarações do Governador Cláudio Castro (PL), que afirmou, em entrevista concedida na mesma data, que o Governo Federal negou três pedidos formais de apoio das Forças Armadas ao Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com Sanderson, a negativa do Governo Federal em prestar auxílio, sob a justificativa de inexistência de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — instrumento que depende de decisão exclusiva do Presidente da República —, pode configurar omissão dolosa ou culposa, violando deveres constitucionais e legais.
No plenário da Câmara dos Deputados, o deputado Cabo Gilberto (PL-PB) disse que a violência vem das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo federal. Castro e seus correligionários defendem o fim da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 635), que restringe as atividades policiais nas favelas. “O estado do Rio enfrenta tudo isso por conta das limitações impostas às ações policiais e pela condução do descondenado Lula”, disse.
Governo culpa governo do Rio
A cidade do Rio de Janeiro teve um cenário de guerra depois que policiais e bandidos da organização criminosa Comando Vermelho (CV) entraram em confronto durante uma megaoperação policial para prender 100 traficantes em regiões carentes.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (28) que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), deve “assumir as suas responsabilidades” ou “jogar a toalha” e pedir a implementação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado.
Mais cedo, Castro acusou o governo Lula (PT) de deixar o Rio de Janeiro “sozinho nessa guerra”. O governador disse que, em outra ocasião, a Marinha teria negado apoio com blindados, apontando que era necessário uma GLO para atender ao pedido.
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