O nome de Lincoln Gakiya voltou ao centro das investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC). Promotor de Justiça há mais de duas décadas e uma das principais referências no combate ao crime organizado em São Paulo, Gakiya vive há mais de dez anos sob escolta permanente da Polícia Militar, uma rotina imposta pelas sucessivas ameaças de morte feitas pela cúpula da facção.
A primeira ordem para executá-lo foi descoberta ainda em 2005, quando Gakiya já atuava no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em Presidente Prudente (SP).
Desde então, cinco novos planos foram identificados, o mais recente durante a Operação Recon, deflagrada nesta sexta-feira (24) pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e pela Polícia Civil.
LISTA GRATUITA
10 small caps para investir
A lista de ações de setores promissores da Bolsa
O promotor é conhecido por ter solicitado, em 2018, a transferência de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC, para um presídio federal em Brasília, medida que enfraqueceu a estrutura de comando da organização e aumentou o grau de risco à sua própria segurança.
Rotina sob proteção
Desde então, Gakiya vive sob forte esquema de segurança, acompanhado por grupos de elite da PM. Em entrevista recente, ele afirmou que cogita pedir asilo político após a aposentadoria, alegando não ter garantias de proteção fora do serviço ativo.
“Se não houver essa garantia de segurança, pessoas como eu não teriam outra opção a não ser pedir asilo político no exterior. Estaríamos correndo risco de vida dentro do nosso próprio país”, declarou o promotor, mencionando a Europa e os Estados Unidos como possíveis destinos. A fala ocorreu após a morte do ex-delegado Ruy Ferraz, morto em setembro, em Praia Grande.
Continua depois da publicidade
As ameaças mais recentes foram registradas em 2020, quando a polícia encontrou uma carta na Penitenciária 1 de Presidente Bernardes com ordens diretas do PCC para matá-lo. O plano seria uma retaliação às transferências de líderes para unidades federais. Em 2018, duas mulheres haviam sido presas com mensagens semelhantes, que mencionavam Gakiya nominalmente.
A Operação Recon
A ação desta sexta-feira, batizada de Operação Recon, cumpre 25 mandados de busca e apreensão em sete cidades do interior paulista, incluindo Presidente Prudente, Álvares Machado e Venceslau.
Segundo o MPSP, o grupo investigado seria altamente disciplinado e compartimentado, responsável por monitorar a rotina e os deslocamentos de autoridades e familiares. Cada integrante teria uma função específica, sem conhecimento total do plano, para dificultar a detecção pelas forças de segurança.
A operação conseguiu identificar e desarticular a célula na fase de reconhecimento, além de apreender equipamentos e documentos que podem ajudar a identificar os responsáveis pela etapa final da trama. O coordenador de presídios Roberto Medina também estaria entre os alvos planejados para execução.
MT City News MT City News é o seu portal de notícias do Mato Grosso, trazendo informações atualizadas sobre política, economia, agronegócio, cultura e tudo o que acontece no estado. Com uma abordagem dinâmica e imparcial, buscamos levar a você as notícias mais relevantes com credibilidade e agilidade.