Em discurso na manhã deste sábado (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a América Latina precisa se consolidar como um “continente independente” e reforçou que “nunca mais um presidente de outro país deve ousar falar grosso com o Brasil”. Sem citar Donald Trump, a fala vem em meio às negociações de Estados Unidos e Brasil sobre o tarifaço aplicado pelo presidente norte-americano.
O discurso foi feito para estudantes de cursinhos populares em São Bernardo do Campo (SP). “Nós fizemos a Universidade Foz do Iguaçu da América Latina. A gente quer formar uma doutrina latino-americana, com professor latino-americano, com estudantes latino-americanos, para que a gente possa sonhar que esse continente um dia vai ser independente. Que nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil, por que a gente não vai aceitar”, disse Lula.
Relações regionais e autonomia política
O petista defendeu ainda o fortalecimento das relações regionais e afirmou que o Brasil deve buscar autonomia política e econômica. “Queremos um continente que se respeite, que tenha consciência de seu papel e que nunca mais precise pedir licença para sonhar”, destacou Lula.
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Durante o evento, o presidente anunciou a expansão da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP) para 2026, com a promessa de ampliar o acesso de jovens às universidades. Ele esteve acompanhado dos ministros Camilo Santana (Educação) e Fernando Haddad (Fazenda).
Na última quinta-feira (16), o chanceler Mauro Vieira se reuniu em Washington com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, para discutir o “tarifaço” de até 50% imposto sobre produtos brasileiros. O encontro, descrito como realizado em clima “excelente”, não trouxe soluções imediatas, mas definiu canais de negociação.
Lula e Trump na Malásia
A crise segue em aberto, e ainda não há data para a reunião presencial entre Lula e Donald Trump para tratar do assunto. No entanto, há expectativas de um encontro presidencial entre o petista e o republicano na Malásia.
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Lula viaja na sexta-feira (24) para o país asiático e estuda a possibilidade de uma agenda com Donald Trump. Os dois presidentes estão confirmados na reunião da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), que ocorre entre 26 e 28 de outubro.