terça-feira , 14 outubro 2025
💵 DÓLAR: Carregando... | 💶 EURO: Carregando... | 💷 LIBRA: Carregando...

Lula acena a Trump, mas ataca direita e gastos militares em entrevista a jornal italiano

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enalteceu a relação que começou a ser construída nos dois últimos encontros que teve com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, mas voltou a criticar a direita e os gastos militares globais, de acordo com uma entrevista publicada nesta segunda (13) no jornal italiano Corriere della Sera.

Lula está em Roma, na Itália, desde a véspera para participar de reuniões da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e o Fórum Mundial da Alimentação. Mais cedo, ele e a primeira-dama, Janja da Silva, tiveram uma audiência com o Papa Leão XIV, no Vaticano.

Ao comentar sobre a relação com Trump, o petista afirmou que as conversas que tiveram “primeiro em Nova York e depois na semana passada por telefone” foram “excelentes” e “amistosas”, apesar das tensões comerciais dos Estados Unidos contra o Brasil.

“Tive duas excelentes reuniões com o presidente Trump, primeiro em Nova York e depois na semana passada por telefone. Foram conversas muito amistosas entre dois presidentes com experiência de dois países que representam as maiores democracias do Ocidente. Nossas equipes estão trabalhando para agendar uma reunião presencial”, afirmou ao periódico italiano.

VEJA TAMBÉM:

Há a expectativa de que Lula e Trump se encontrem no final do mês na Malásia, durante a reunião de cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). No entanto, mesmo com o gesto diplomático, o petista aproveitou a entrevista para criticar a decisão do norte-americano de impor um tarifaço de 50% aos produtos importados do Brasil.

“Algumas das decisões do presidente Trump se basearam em informação incorreta que recebeu sobre a situação política e o comércio internacional do Brasil. […] O Brasil sempre esteve aberto ao diálogo e à negociação, mantendo uma postura muito clara: nossa democracia e soberania não são negociáveis”, pontuou.

Lula tentou mostrar disposição para reconstruir pontes com Washington, ao afirmar que “à medida que continuarmos nosso diálogo, poderemos esclarecer estas questões”. O presidente destacou que Brasil e Estados Unidos têm “201 anos de sólidas relações diplomáticas e comerciais”, e que deseja “fortalecê-las ainda mais, em uma verdadeira relação de benefício mútuo que beneficie os povos de ambos os países”.

Ao ser questionado sobre as declarações de Trump, que classificou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma “caça às bruxas”, Lula mudou o tom e Defendeu o sistema judicial brasileiro.

“Ninguém pode desviar um tribunal de juízes de seu dever de fazer cumprir a lei. Houve uma tentativa de golpe de Estado no Brasil e um complô para me assassinar, assim como ao vice-presidente e a um ministro do Supremo Tribunal”, declarou.

O presidente petista disse, ainda, que a condenação de Bolsonaro “servirá de exemplo para que ninguém se atreva a atacar novamente o Estado de Direito democrático no Brasil”. O ex-presidente foi sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão por supostamente liderar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Críticas a gastos militares

Durante a conversa com o jornal italiano, Lula também adiantou trechos de seu discurso no Fórum Mundial da Alimentação da FAO, em Roma. Ele prometeu criticar o aumento dos gastos militares globais, chamando-os de “vergonha para a humanidade”.

“Em 2024, os gastos militares registraram o maior aumento desde o fim da Guerra Fria, alcançando US$ 2,7 trilhões. Ao mesmo tempo, 673 milhões de pessoas passam fome”, afirmou ressaltando que “decisões políticas” provocam fome e pobreza no mundo, e não “resultado da escassez”.

Ainda na entrevista, Lula cobrou uma reforma na Organização das Nações Unidas (ONU), afirmando ser “inexplicável que países como o Brasil e outras grandes nações do Sul Global não ocupem assentos permanentes” no Conselho de Segurança. Segundo ele, “é a pluralidade de vozes que funciona como fator de equilíbrio”, e o órgão deveria ter “força para atuar em questões climáticas e prevenir conflitos como o genocídio em Gaza e a guerra na Ucrânia”.

fonte

Verifique também

Primeira Turma do STF julga núcleo 4 do suposto plano de golpe nesta terça

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta terça-feira (14) o …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *