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Comitê do Nobel investiga possível vazamento após apostas preverem prêmio a María Corina Machado

O Comitê do Nobel da Paz anunciou nesta sexta-feira (10) a abertura de uma investigação interna após uma série de apostas online anteciparem com precisão a entrega do prêmio para a líder opositora venezuelana María Corina Machado. O caso, revelado por jornais noruegueses e pelos diários The Guardian e The Wall Street Journal, levantou suspeitas de vazamento de informações confidenciais sobre o resultado do prêmio mais prestigiado do mundo.

Segundo o Guardian, apostas na plataforma americana Polymarket dispararam poucas horas antes do anúncio oficial do prêmio, elevando a probabilidade de vitória de Machado de 3,75% para 72,8%. O movimento anormal ocorreu “logo após a meia-noite de quinta-feira, horário da Noruega”, e gerou lucros expressivos a alguns usuários. Um deles, identificado apenas como “6741”, teria ganhado mais de US$ 50 mil, de acordo com o Wall Street Journal. Outro apostador, com conta criada no mesmo dia, também obteve lucro semelhante, segundo o jornal norueguês Finansavisen.

O diretor do Instituto Nobel, Kristian Berg Harpviken, declarou à agência Bloomberg que “parece que fomos vítimas de um ator criminoso que queria ganhar dinheiro com nossas informações”. Já o porta-voz do Instituto, Erik Aasheim, confirmou a investigação preliminar: “Percebemos que alguns obtiveram ganhos financeiros significativos ao apostar no prêmio deste ano. Vamos investigar se isso significa que alguém obteve informações de forma ilegal.”

A vitória de María Corina Machado, anunciada na manhã de sexta-feira, marcou a primeira vez que uma personalidade venezuelana recebe o Nobel da Paz, reconhecendo sua luta democrática contra o regime autoritário de Nicolás Maduro em Caracas. Até poucas horas antes da divulgação, as casas de apostas apontavam como favorita Yulia Navalnaya, viúva do opositor russo Alexey Navalny, seguida pelo presidente Donald Trump.

A Polymarket, uma casa de apostas baseada em criptomoedas, permite especulações sobre política, esportes e cultura, e ganhou notoriedade após prever corretamente a vitória de Trump nas eleições presidenciais dos EUA em 2024. Por operar fora dos Estados Unidos, a plataforma não é regulada nem proíbe o uso de informações privilegiadas, o que complica a identificação de possíveis crimes financeiros.

A investigação ocorre em meio ao crescente interesse do mercado financeiro nas plataformas de “previsão política”. Nesta semana, a controladora da Bolsa de Valores de Nova York anunciou investimento de até US$ 2 bilhões na Polymarket, avaliada agora em US$ 8 bilhões.

Questionado pelo jornal Aftenposten se o vazamento poderia ter origem no próprio comitê, o presidente da instituição, Jørgen Watne Frydnes, respondeu que o grupo “costuma ser muito bom em guardar segredos”, destacando o caráter sigiloso do processo nas últimas cinco décadas. Harpviken completou que ainda “é cedo para ter certeza” sobre a origem do possível vazamento, mas adiantou que uma investigação formal “será inevitável”.

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