O Parlamento da Polônia (Sejm) aprovou o orçamento do Estado para 2026 em primeira leitura nesta quinta-feira (9). Este orçamento inclui gastos históricos com defesa nacional, equivalentes a 4,81% do Produto Interno Bruto (PIB), e um déficit máximo projetado de € 65 bilhões, equivalente a 6,5% do PIB.
O projeto de lei, aprovado com os votos da coalizão governista, estabelece despesas de € 219 bilhões e estima receitas de € 154 bilhões, projetando um déficit recorde que manterá a Polônia sob o Procedimento de Déficit Excessivo da União Europeia (UE).
O aumento dos gastos concentra-se em investimento público e segurança, este último que o primeiro-ministro Donald Tusk justificou como crucial há algumas semanas, quando declarou que “não defenderemos a fronteira polonesa com um pequeno déficit, mas sim com um exército grande e moderno”.
Por sua vez, o ministro da Economia, Andrzej Domański, que apresentou o orçamento ao Parlamento nesta quinta, afirmou que ele foi “concebido para a segurança e, claro, para apoio dos cidadãos” e afirmou que servirá para “dizer adeus ao alto custo de vida e à estagnação”, já que o crescimento do PIB polonês deverá ser de 3,5% no próximo ano.
O plano de subsídio “800+”, que prevê um subsídio mensal de € 190 para cada filho menor, bem como auxílio para a compra de material escolar para alunos do ensino fundamental, totalizará € 14,5 bilhões.
A aprovação do orçamento é crucial devido às prerrogativas constitucionais do presidente, o conservador Karol Nawrocki, aliado da oposição ao governo.
Enquanto isso, a coalizão liderada por Tusk enfrenta uma crise após Szymon Holownia, atual presidente da Câmara dos Deputados e líder de um dos três principais partidos da aliança governista, anunciar sua retirada da política nacional.
Holownia pediu aos deputados aliados que mantenham a disciplina eleitoral e facilitem a aprovação do orçamento, caso contrário, uma crise pode se precipitar e levar ao colapso da coalizão.
Embora o presidente não possa vetar a lei orçamentária, ele tem o poder de enviá-la ao Tribunal Constitucional para revisão antes de sua implementação, e também pode dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas se a versão final do orçamento não for aprovada em quatro meses.
Recentemente, a Polônia foi alvo de uma incursão com drones da Rússia, algo que Moscou rejeita por “falta de evidências”, segundo o regime de Vladimir Putin. A ação levou a Otan, organização da qual a Polônia faz parte, a avaliar uma resposta conjunta em casos desse tipo.