Sabino reforça ao União Brasil que ficará no governo sob risco de expulsão

O ministro Celso Sabino, do Turismo, afirmou nesta quarta (8) que continuará no governo e que tem o apoio de “boa parte da bancada” do União Brasil para seguir à frente da pasta. A situação dele é decidida em uma reunião do partido nesta manhã após ter desobedecido à determinação de deixar a Esplanada após a legenda formar uma federação com o PP e confirmar que fará oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Sabino é alvo de um procedimento interno que pode levá-lo à expulsão, articulada principalmente pelo governador Ronaldo Caiado (União-GO), pré-candidato do partido às eleições presidenciais de 2026. O ministro diz que não pode deixar o governo neste momento por conta da realização da COP 30 em Belém, daqui a praticamente um mês.

“Não vejo como oportuno e nem para o bem das pessoas no Pará e no Brasil que a gente tenha uma interrupção nesse momento no trabalho que vem sendo feito. […] Pelo bem dos serviços que a gente vem fazendo em todo o país, mas especialmente pelo bem do povo do Pará, pela realização da COP 30, eu vou permanecer no governo”, afirmou ao chegar para a reunião do partido.

Ainda pouco antes de entrar para participar da reunião, Celso Sabino afirmou que tem a confiança de Lula para continuar no comando do Ministério do Turismo e que pretende “continuar desenvolvendo os trabalhos que venho fazendo”.

“Tenho o apoio de boa parte da bancada, a gente tem trabalhado com o diálogo, buscando junto à administração do partido esse entendimento”, disse.

O diálogo, no entanto, não parece estar surtindo efeitos, já que Sabino tem sido fortemente criticado por correligionários pela decisão de continuar no governo. Ele pretende disputar uma vaga ao Senado pelo Pará em 2026, e a realização da COP 30 em Belém como uma vitrine eleitoral durante a campanha.

“Após tratativas com o Presidente Antonio de Rueda, comunico que está decidida a realização, na próxima quarta-feira, dia 08/10, de Reunião da Executiva Nacional do União Brasil para decidir a expulsão do Deputado Celso Sabino por reiterada infidelidade partidária”, disse Ronaldo Caiado no final de semana.

Além de Sabino, o colega da federação, André Fufuca (PP-MA), foi afastado das atividades partidárias por também se recusar a deixar o Ministério do Esporte e, ainda, apoiar publicamente o presidente Lula e a possível tentativa de reeleição dele em 2026. Em uma nota divulgada no final da manhã, o presidente nacional da legenda, Ciro Nogueira (PP-PI), decidiu pelo afastamento por “desobedecer a orientação da Executiva Nacional”.

Na última segunda (6), Lula minimizou os ultimatos dados pelos partidos e afirmou que não iria implorar o apoio de ninguém na eleição de 2026. Para o petista, o PP e o União agem com “pequenez”.

“Vai ficar comigo quem quiser. Quem quiser ir para o outro lado que vá, e que tenha sorte, porque nós temos certeza de uma coisa: a extrema direita não voltará a governar esse país”, afirmou.