segunda-feira , 6 outubro 2025
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Das farpas públicas à conversa “muito boa”: como Lula e Trump mudaram tom da relação





O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversaram nesta segunda-feira (6) pela primeira vez desde o início do tarifaço imposto por Washington sobre produtos brasileiros.

O telefonema marca uma virada simbólica na relação entre os dois líderes, que até semanas atrás trocavam farpas públicas e recados duros sobre soberania, comércio e liderança global.

Em sua rede social, Trump classificou a conversa como “muito boa” e afirmou que os dois discutiram “principalmente economia e comércio”.

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“Teremos mais discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei da conversa, nossos países vão se sair muito bem juntos”, escreveu o presidente americano.

A aproximação vem sendo costurada desde a Assembleia Geral da ONU, em setembro, quando ambos trocaram acenos de reconciliação após meses de distanciamento.

De atritos públicos à diplomacia direta

Em abril, quando Trump anunciou tarifas de 10% sobre produtos brasileiros, Lula reagiu com firmeza e afirmou que o país “não abre mão de sua soberania”.

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“Somos um país que não bate continência para nenhuma outra bandeira, que fala de igual para igual, respeita todos os países, mas exige reciprocidade no tratamento”, declarou Lula na ocasião.

Semanas depois, com o aumento das tarifas para 50% sobre as importações, o presidente brasileiro acusou Trump de “agir como um imperador do mundo”.

“Ele foi eleito para governar os EUA, não para mandar no planeta. O que queremos não é ser reféns, é ter liberdade”, disse o petista.

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A Casa Branca respondeu oficialmente, afirmando que Trump “não busca ser imperador, mas é o líder do mundo livre”, o que elevou a tensão diplomática.

Lula tentou iniciar o diálogo. Disse ter orientado ministros e o vice-presidente Geraldo Alckmin a buscarem contato com autoridades norte-americanas, mas sem sucesso.

“Ninguém quer conversar. Pedi para fazer contato, mas até agora não foi possível”, afirmou o presidente em junho.

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“Eu amo o povo do Brasil”

A virada começou em agosto. Questionado sobre o impasse, Trump respondeu: “Ele [Lula] pode conversar comigo quando quiser. Eu amo o povo do Brasil.”

Pouco depois, Lula afirmou à Reuters que só ligaria para o americano “quando sentisse que ele estava disposto a conversar”, mas descartou qualquer gesto de subserviência: “Não vou me humilhar”, disse o presidente.

O cenário começou a mudar com o breve encontro entre os dois na ONU, em setembro. No discurso seguinte, Trump relatou o episódio com entusiasmo: “Ele me viu, eu o vi, e nos abraçamos. Tivemos uma excelente química. Ele pareceu um homem muito legal. Eu gostei dele, e ele gostou de mim.”

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Parceiro de negociação

A ligação desta segunda-feira consolida o reestabelecimento do canal direto entre os presidentes, num momento em que o Brasil tenta conter os efeitos do tarifaço de 50% sobre exportações de aço, alumínio, calçados, carnes e frutas.

Trump e Lula acertaram que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, conduzirá as negociações com Alckmin, Haddad e Mauro Vieira. A meta é alcançar um acordo comercial gradual e restabelecer a cooperação econômica entre as duas maiores democracias do Ocidente.

“O diálogo foi positivo do ponto de vista econômico”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou da videoconferência.

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Agora, a expectativa é de que Lula e Trump se encontrem pessoalmente na Cúpula da Asean, em novembro, na Malásia, para discutir um plano de redução das tarifas e ampliação do diálogo bilateral.

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