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A Verde Asset, gestora comandada por Luis Stuhlberger, afirmou que o Brasil vive hoje a expressão de um modelo batizado como “acelerador fiscal com freio monetário”. Em carta aos cotistas, a casa apontou que a combinação de estímulos fiscais do governo Lula com a postura mais dura do Banco Central tende a fortalecer o real e, ao mesmo tempo, reduzir o apelo da Bolsa.
De acordo com a gestora, dois fatos recentes ilustram esse cenário. Uma foi a mudança de tom do BC em sua comunicação, com declarações do presidente da autarquia, Gabriel Galípolo reforçando que ainda há um longo caminho para a política contracionista. Outra foi a aprovação unânime na Câmara da isenção de Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil a partir de 2026, ano de eleições.
“O modelo econômico lulo-petista, que comumente chamamos de ‘acelerador fiscal com freio monetário’ é ilustrado à perfeição por esses dois eventos”, afirmou a carta. “Isso tende a favorecer a alocação no real e desfavorecer alocações em ações, embora oportunidades específicas continuem a atrair o interesse e capital do fundo”, escreveu a Verde.
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Stuhlberger vem criticando a propensão do governo Lula de gastar no ano que vem para garantir sua reeleição. “O que que [o mercado] espera é que vá se manter essa toada de aumento de gastos e outras como [um novo aumento do] bolsa família”, comentou o gestor em um evento promovido nesta semana pelo Itaú BBA. “É o que falta no playbook do ano que vem”.
No cenário global, a gestora destacou o nono mês consecutivo de alta dos mercados emergentes, apoiados pelo dólar mais fraco e pelo ciclo de cortes de juros do Federal Reserve.
A Verde reduziu a exposição em juro real nos EUA, manteve posição comprada em inflação implícita e seguiu apostando em moedas como euro, renminbi, ouro e real, além de criptomoedas. O fundo também aumentou “marginalmente” sua alocação em ações brasileiras, e manteve livros de crédito high yield local e global.
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O fundo multimercado encerrou setembro com retorno de 1,99% e acumula alta de 12% no ano, frente a 1,22% e 10,35% do CDI, respectivamente.
