O Ministério das Relações Exteriores da Turquia descreveu nesta quarta-feira (1º) a abordagem da Marinha israelense a vários barcos da Flotilha Global Sumud com destino à Faixa de Gaza como um “ataque terrorista”.
“O ataque das forças israelenses em águas internacionais à Flotilha Global Sumud, que partiu para entregar ajuda humanitária a Gaza, é um ato terrorista que viola gravemente o direito internacional e coloca em risco a vida de civis inocentes”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.
A mensagem, publicada no site do ministério, fala em “políticas fascistas e militaristas” do “governo genocida” do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e alega que a abordagem aos barcos confirma que essas políticas são direcionadas “contra qualquer pessoa que lute contra a opressão imposta por Israel”.
O comunicado afirma que vários países cujos cidadãos estão na flotilha “estão se coordenando” e que “todas as medidas necessárias foram tomadas para garantir a libertação dos cidadãos turcos e outros passageiros detidos pelas forças israelenses o mais rápido possível”.
Também acrescenta que “serão tomadas medidas legais para responsabilizar os agressores”.
A Marinha de Israel iniciou nesta quarta-feira a interceptação da flotilha, na qual está a ativista sueca Greta Thunberg e que é composta de cerca de 50 embarcações. A corporação informou que entrou em contato com a flotilha para pedir que mudasse de rota, mas não foi atendida.
Na semana passada, depois de os ativistas terem recusado uma proposta da Itália para entregar no Chipre a ajuda humanitária que estava levando para a Faixa de Gaza, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, disse que a recusa “prova que o verdadeiro propósito é a provocação e servir ao [grupo terrorista] Hamas”.
“Israel não permitirá que embarcações entrem em zonas de combate ativas e não permitirá a violação de um bloqueio naval legal”, acrescentou o ministro na ocasião.
Israel controla e pode bloquear tudo o que entra e sai de Gaza (incluindo pessoas) desde 2006, após a captura do soldado israelense Guilad Shalit e, sobretudo, a vitória eleitoral do Hamas no enclave palestino.
Em junho, Greta Thunberg já havia tentado atracar com um navio com ajuda humanitária na Faixa de Gaza junto de outros manifestantes, mas foi impedida por Israel.