A Marinha de Israel iniciou nesta quarta-feira (1º) a interceptação da chamada Flotilha Global Sumud, formada por mais de 40 barcos e cerca de 500 ativistas, entre eles a sueca Greta Thunberg. A frota tenta romper o bloqueio marítimo imposto ao Hamas na Faixa de Gaza e foi abordada em águas internacionais do Mediterrâneo, a aproximadamente 80 milhas do enclave palestino.
Segundo os organizadores, soldados israelenses já subiram a bordo do Alma, barco líder da missão, além do Adara e do Sirius. Ativistas presentes no Adara chegaram a lançar seus telefones ao mar no momento da abordagem, conforme imagens transmitidas ao vivo nas redes, veiculadas pelo jornal Times of Israel. Antes da interceptação, a tripulação do Alma havia sido alertada por rádio: “Por favor, preparem-se para intercepção”.
O colaborador espanhol Néstor Prieto, que está em uma das embarcações, afirmou à agência EFE que a interceptação ocorreu logo após o radar apontar a aproximação de 20 navios “não identificados”. Ainda segundo ele, os ativistas colocaram coletes salva-vidas e se posicionaram na popa, em expectativa à entrada de militares israelenses.
Em comunicado no Telegram, a organização da flotilha declarou: “Não nos deixaremos intimidar por ameaças, assédio, nem pelos esforços para proteger o cerco ilegal de Israel a Gaza”. Apesar da retórica dos ativistas, o Exército israelense já havia advertido diversas vezes que a travessia não seria permitida e que a flotilha deveria mudar de rota.
O chanceler italiano, Antonio Tajani, disse à emissora estatal RAI que recebeu garantias do ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, de que não haverá uso de violência contra os europeus a bordo dos barcos.
“O embarque foi planejado… e isso me foi assegurado”, afirmou Tajani. Ele acrescentou que a Itália prepara assistência consular aos seus cidadãos que forem levados ao porto de Ashdod, em Israel, de onde deverão ser deportados.
Israel acusa parte dos organizadores de manter vínculos com o grupo terrorista Hamas. Por isso, insiste que a entrada da flotilha em Gaza não será autorizada, alegando risco de contrabando de suprimentos que poderiam fortalecer militarmente a organização terrorista.