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Lula que se cuide: sete reuniões em que o governo Trump constrangeu presidentes e premiês

Após meses de troca de farpas pela imprensa, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teve um breve encontro com seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral da ONU, na semana passada.

Trump disse que ficou com uma boa impressão do presidente brasileiro e que eles marcariam um encontro para discutir as tensões entre os dois governos, mas, por ora, o local, a data e o formato dessa reunião não foram anunciados.

Lula precisa se cuidar, porque desde que o presidente republicano voltou à Casa Branca, em janeiro, Trump acumula episódios em que ele ou integrantes da sua gestão constrangeram presidentes e primeiros-ministros de outros países em encontros diante das câmeras. Confira abaixo as principais “vítimas”:

Rei da Jordânia

Em fevereiro, pouco após apresentar uma proposta para a retirada de palestinos da Faixa de Gaza (da qual aparentemente desistiu), Trump insistiu com o rei da Jordânia, Abdullah II, sobre os méritos da ideia, à qual o monarca se opôs.

“Não é algo complexo de se fazer. E com os Estados Unidos controlando aquele pedaço de terra, um pedaço de terra relativamente grande, teremos estabilidade no Oriente Médio pela primeira vez”, disse Trump em reunião na Casa Branca.

“Nós vamos ter [esse plano], vamos mantê-lo e vamos garantir que haverá paz e que não haverá nenhum problema, e ninguém vai questioná-lo, e vamos administrar [Gaza] muito bem”, acrescentou o presidente americano.

Abdullah II, visivelmente constrangido, disse que não era o momento de “se precipitar” e afirmou que havia um plano para a gestão de Gaza elaborado pelo Egito e por outros países árabes.

Narendra Modi

Dias depois, Trump alfinetou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ao receber o chefe de governo na Casa Branca e acusar a Índia de práticas comerciais injustas contra os Estados Unidos.

“O primeiro-ministro Modi anunciou recentemente a redução das tarifas injustas e muito pesadas da Índia, que limitam fortemente o acesso dos EUA ao mercado indiano. E realmente é um grande problema, devo dizer”, acusou Trump, enquanto Modi sorria amarelo.

Keir Starmer

Ao lado de Trump durante encontro na Casa Branca no final de fevereiro, seu vice, J. D. Vance, confrontou o premiê britânico, Keir Starmer, a respeito de regulamentações e ações contra redes sociais americanas no Reino Unido.

“Sabemos que houve violações à liberdade de expressão que, na verdade, afetam não apenas os britânicos — é claro que o que os britânicos fazem no seu próprio país é problema deles —, mas também afetam empresas de tecnologia americanas e, por extensão, cidadãos americanos”, disse o vice-presidente.

Starmer alegou que as ações do governo britânico nessa área não afetaram cidadãos americanos e disse que o Reino Unido tem um histórico de respeito à liberdade de expressão de “muito, muito tempo”.

Volodymyr Zelensky

Num encontro que já entrou para a história, em 28 de fevereiro, Trump e Vance humilharam publicamente o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por se recusar a assinar um acordo de cessão de terras raras e outros recursos naturais do seu país para os Estados Unidos sem que fossem oferecidas garantias de segurança para Kiev.

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“Você está apostando com milhões de vidas, você está apostando com a Terceira Guerra Mundial, e o que você está fazendo é muito desrespeitoso com este país, que o apoiou muito mais do que muitas pessoas disseram que deveria ter feito”, disse Trump no encontro no Salão Oval da Casa Branca.

Assim como o presidente americano, Vance não deixou Zelensky falar e perguntou ao ucraniano se alguma vez ele havia dito “obrigado” pela ajuda dos Estados Unidos a Kiev desde o início da guerra com a Rússia.

Zelensky acabou expulso da Casa Branca, mas as conversas entre os dois governos prosseguiram nas semanas seguintes e o acordo sobre terras raras com os ucranianos foi assinado no final de abril.

Premiê da Irlanda

Em março, Trump recebeu na Casa Branca o primeiro-ministro da Irlanda, Micheál Martin, para as comemorações do Dia de São Patrício, padroeiro do país europeu, e causou um climão ao acusar os irlandeses de se aproveitar dos Estados Unidos.

“Tenho grande respeito pela Irlanda e pelo que eles fizeram, e eles deveriam ter feito exatamente o que fizeram, mas os Estados Unidos não deveriam ter deixado isso acontecer”, disse, sobre a grande presença de empresas farmacêuticas americanas na Irlanda devido a incentivos fiscais.

“Tivemos líderes estúpidos. Tivemos líderes que não tinham a mínima noção, ou digamos que não eram empresários, mas não tinham a mínima noção do que estava acontecendo e, de repente, a Irlanda está com nossas empresas farmacêuticas”, afirmou Trump.

Martin respondeu que a relação comercial entre os dois países é “uma via de mão dupla”, citando as importações de produtos americanos realizadas pela Irlanda e a presença de empresas irlandesas nos Estados Unidos.

Premiê do Canadá

Entre sua eleição, em novembro do ano passado, e os primeiros meses da sua gestão, Trump bateu bastante na tecla de que pretendia transformar o Canadá no 51º estado americano.

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Quando recebeu o recém-empossado premiê canadense, Mark Carney, em maio, o republicano não fez as piadas e declarações inflamadas sobre o tema que havia postado na Truth Social, mas não deixou de falar ao primeiro-ministro que achava que o Canadá estaria melhor se fosse parte dos Estados Unidos.

Carney respondeu que o Canadá “não está à venda” e “nunca estará”, mas Trump teve a última palavra. “Nunca diga nunca”, ironizou.

Presidente da África do Sul

Também em maio, Trump confrontou o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, durante visita à Casa Branca, sobre o que chamou de “genocídio branco” no país africano – ou seja, perseguição e violência contra brancos.

Trump mostrou um vídeo, com discursos e entrevistas de Julius Malema, líder do partido de extrema-esquerda sul-africano EFF, com frases como “A revolução exige que em algum momento haja mortes!”, e um comício em que o ex-presidente Jacob Zuma (2009 –2018), que já fez parte do partido de Ramaphosa, canta uma canção com os versos: “Você é um boer [termo que designa os fazendeiros brancos na África do Sul], nós vamos atirar neles e vocês vão fugir/atire no boer”.

O vídeo também incluiu imagens de uma estrada com várias cruzes no acostamento, com a mensagem “Cada cruz representa um fazendeiro branco que foi morto na África do Sul”, mas não informava a localização da rodovia.

Em resposta, Ramaphosa disse que uma recente lei sobre desapropriação de terras sem indenização em determinadas circunstâncias não tem teor racial e alegou que ela é necessária para promover o “acesso à terra de forma equitativa e justa”.

O presidente sul-africano também apontou membros brancos da sua delegação, que incluíam os golfistas sul-africanos Retief Goosen e Ernie Els e o ministro da Agricultura, John Henry Steenhuisen, para afirmar que não há “genocídio branco” no país.

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