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Trump lança Plano de Paz para Gaza e pressiona Hamas a aceitar acordo

Em coletiva ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira (29) na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou oficialmente um plano de 20 pontos para encerrar a guerra em Gaza.

Batizado de “Plano Abrangente para Encerrar o Conflito em Gaza”, o projeto prevê um cessar-fogo imediato no conflito em curso no enclave, devolução dos reféns israelenses que foram sequestrados pelo Hamas e criação de um órgão internacional chamado de “Conselho da Paz”, que será chefiado por Trump.

“Hoje é um dia histórico para a paz”, declarou o presidente. “Se o Hamas rejeitar o acordo, Israel terá nosso total apoio para continuar sua campanha militar”, afirmou.

Trump afirmou que a proposta foi elaborada em diálogo com diversos líderes árabes e muçulmanos, incluindo os mandatários da Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Egito, Paquistão, Indonésia e Turquia.

“Estes são os países que estiveram muito envolvidos nessa negociação, dando ideias sobre o que aceitariam e o que não aceitariam. Bastante complexo, depois de milhares de anos de conflitos”, disse o presidente americano. Trump também agradeceu o apoio europeu e destacou a participação de Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, no conselho internacional de supervisão.

O documento divulgado pela Casa Branca determina que, caso aceito, o plano resultará em uma Gaza “desradicalizada e livre do terrorismo”. Israel retiraria suas tropas do enclave em etapas, condicionadas à devolução dos reféns e ao processo de desmilitarização de Gaza. Em troca, os palestinos receberiam ampla ajuda humanitária e investimentos para reconstrução.

“O plano foca em acabar imediatamente com a guerra, trazer todos os nossos reféns de volta e criar condições para a segurança duradoura de Israel e o sucesso do povo palestino”, disse Trump.

Ao lado do republicano, Netanyahu declarou apoio explícito à proposta americana, classificando-a como um “passo crítico”.

“Apoio seu plano para encerrar a guerra em Gaza, que alcança nossos objetivos de guerra. Ele trará de volta todos os nossos reféns, desmantelará as capacidades militares e políticas do Hamas e garantirá que Gaza nunca mais represente uma ameaça a Israel”, afirmou o premiê, que ainda fez uma ressalva: “Se o Hamas rejeitar seu plano, presidente [Trump], ou se aceitar e depois agir contra ele, Israel terminará o trabalho sozinho.”

Conforme divulgou o jornal The Times of Israel, o fórum que representa famílias de reféns israelenses sequestrados reagiu com esperança ao plano divulgado por Trump, publicando a oração judaica Shehecheyanu, usada para agradecer por momentos especiais e novos.

Em sua fala à imprensa, Trump reforçou o apelo ao Hamas: “É hora de aceitar os termos do plano. Milhares já foram mortos e sua liderança já foi destruída várias vezes”.

O plano de paz americano prevê também um governo de transição em Gaza, que inicialmente será liderado por um comitê palestino tecnocrático, supervisionado pelo “Conselho da Paz” sob liderança de Trump. Durante esse período, a região contará com uma força internacional de estabilização treinando policiais palestinos, enquanto Israel e Egito ajudariam a monitorar fronteiras.

“Ninguém será forçado a deixar Gaza, mas quem quiser sair terá liberdade. O objetivo é oferecer oportunidade para que fiquem e construam um futuro melhor”, afirma um dos pontos do texto divulgado pela Casa Branca.

O acordo pode abrir caminho para uma solução política de longo prazo, bem como servir de base para um futuro estabelecimento de um Estado palestino.

“Enquanto Gaza avança em sua reconstrução e quando o programa de reformas da Autoridade Palestina for cumprido, poderão existir condições para a autodeterminação e o Estado palestino, que é a aspiração de seu povo”, diz o texto do plano.

Em entrevista à emissora Al Jazeera, um dos dirigentes do Hamas, identificado como Muhammad Mardawi, afirmou que o plano apresentado por Trump nesta segunda “se inclina para a perspectiva israelense” e está próximo do que Netanyahu exige para “continuar a guerra”. Ele acrescentou que o grupo terrorista palestino só dará uma posição oficial depois de receber o documento “por escrito e de forma clara”, ressaltando que o plano precisa estar “nas mãos do Hamas e das organizações palestinas”.

O que prevê o plano em 20 pontos

O plano de Trump detalha que a guerra deve terminar com um cessar-fogo imediato, seguido da devolução dos reféns e da libertação de prisioneiros palestinos. Prevê ainda que Gaza seja totalmente desmilitarizada e livre de estruturas terroristas, com supervisão internacional para impedir a reconstrução de túneis e fábricas de armas. A região passaria por um processo de reconstrução financiado por ajuda humanitária e investimentos externos, com a criação de uma zona econômica especial e incentivos para gerar empregos e oportunidades.

No campo político, o documento estabelece que Gaza será administrada temporariamente por um comitê tecnocrático palestino, sem participação do Hamas, sob supervisão do “Conselho da Paz”, presidido por Trump. Esse órgão terá a tarefa de organizar a transição até que a Autoridade Palestina esteja reformada e apta a reassumir o controle da região. Também está prevista a criação de uma Força Internacional de Estabilização para apoiar a segurança local e treinar policiais palestinos, ao lado de Israel e Egito, garantindo o bloqueio de armas e o fluxo seguro de ajuda.

O texto ainda inclui medidas de caráter social e diplomático, como o incentivo ao diálogo inter-religioso entre palestinos e israelenses, a garantia de que ninguém será forçado a deixar Gaza e a abertura de caminho, no futuro, para a autodeterminação e até para a criação de um Estado palestino, desde que sejam cumpridas as condições de segurança e de reforma política exigidas pelo plano.

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