quarta-feira , 24 setembro 2025
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Trump e Lula na ONU: veja 8 provocações públicas entre os presidentes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta terça-feira (22) da 80ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York. Será a primeira vez que Lula e o presidente americano, Donald Trump, estarão no mesmo local desde que a tensão diplomática entre os dois países se intensificou, com a elevação da tarifa americana de comércio, suspensão de vistos de servidores e aplicação da Lei Magnitsky Global contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes e sua mulher.

Não há previsão de reunião bilateral entre os dois presidentes, mas existe uma grande chance de que os dois se cruzem nos bastidores ou mesmo troquem ataques em seus discursos, pois Trump deve falar logo após o brasileiro no fim da manhã desta terça-feira.

A relação entre os dois presidentes não é boa. O americano é apoiador público do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Lula apoiou a candidata democrata Kamala Harris, que foi derrotada por Trum. O presidente dos Estados Unidos sugeriu uma conversa entre os dois por telefone em julho, mas Lula nunca aceitou argumentando que uma conversa presidencial precisa de preparação diplomática.

Analistas americanos vêm criando expectativa sobre o discurso de Lula, que será o primeiro presidente a usar a palavra. Se ele atacar a elevação de 50% da tarifa de comércio imposta por Washington, a resposta de Trump deve servir de medida de como ele regirá a outros países em desenvolvimento que critiquem a política tarifária americana.

Veja a seguir oito situações em que Lula e Trump trocaram farpas publicamente.

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Lula recusa convite para telefonar a Trump

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse em agosto que Lula poderia telefonar para ele “quando quiser” para discutir tarifas e outras questões entre os dois países. Trump impôs em julho tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, por conta das acusações de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Trump disse que gostava do povo brasileiro, mas “as pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada”.

Lula diz que Trump não quis conversar

Na última quinta-feira (18), Lula respondeu à provocação da falta de contato telefônico por meio de uma entrevista à emissora britânica BBC. O presidente brasileiro disse que não tem “nenhuma relação” com Trump e que nunca tentou telefonar para o americano, pois ele demonstrou que “nunca quis conversar”.

O petista ainda afirmou que o povo americano “pagará” pelos erros do governante republicano, referindo-se ao tarifaço imposto pela Casa Branca em 9 de julho.

Tarifa com motivação política

Lula publicou um artigo em um dos principais jornais dos Estados Unidos, o New York Times, no último dia 14. Em seu texto, o mandatário brasileiro critica a política comercial do governo de Trump e acusa Washington de agir com motivações políticas contra o país.

Segundo Lula, o aumento das tarifas aplicado pelo governo Trump não tem base econômica. “O governo dos Estados Unidos está usando tarifas e a Lei Magnitsky para buscar impunidade para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que orquestrou uma tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023”, disse Lula.

Neste mesmo artigo do New York Times, Lula reforçou seu apoio ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que tem orgulho da Corte e que a condenação de Bolsonaro foi resultado de uma investigação conforme a lei. Na entrevista, Lula também rebateu acusações do governo Trump de que a Justiça brasileira estaria perseguindo empresas de tecnologia americanas. 

Lula diz que EUA incentivam genocídio em Gaza

Lula criticou publicamente o presidente americano depois que Trump propôs assumir o controle da Faixa de Gaza e a saída dos palestinos da região. Lula disse em fevereiro deste ano que Trump vem governando o país com “bravatas” e que os EUA “incentivaram” o genocídio em Gaza.

“O que aconteceu em Gaza foi um genocídio, e eu sinceramente não sei se os Estados Unidos, que fazem parte de tudo isso, seriam o país para tentar cuidar de Gaza. Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos”, disse Lula em fevereiro.

Trump ameaça política antiamericana do Brics

Trump publicou em uma rede social uma ameaça de taxação a “qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics”, sem exceções. O Brics é um grupo econômico-político formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Na Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, em julho, houve críticas às políticas tarifárias norte-americanas e Lula defendeu a necessidade de reduzir a dependência do dólar. Logo após a fala de Lula contra o dólar, Trump anunciou em uma rede social a elevação da tarifa de comércio para o Brasil.

Em resposta, Lula disse: “Eu não acho uma coisa muito responsável e séria um presidente da República de um tamanho de um país como os EUA ficar ameaçando o mundo através da internet. Não é correto. Ele precisa saber que o mundo mudou, não queremos imperador”.

Porta-voz cogita uso de poder econômico e militar

Após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo, Trump disse, por meio da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que não terá “receio” de usar o “poder econômico” e o “poder militar” americanos para proteger a liberdade de expressão em outros países.

A afirmação foi uma resposta a Michael Shellenberger, jornalista autor da série de reportagens Twitter Files, sobre censura do STF em redes sociais. Ele questionou se a Casa Branca pretendia tomar “medidas adicionais contra Europa e Brasil” devido a ações de censura contra redes sociais e processos contra políticos de direita.

Trump acusa Brasil de ser mau parceiro econômico

Trump afirmou em uma conferência na Casa Branca que o Brasil tem sido um mau parceiro econômico para os Estados Unidos e com leis ruins.

“O Brasil tem sido um parceiro comercial horrível em termos de tarifas. Como você sabe, eles nos cobram tarifas enormes, muito, muito maiores do que as que cobrávamos deles. Na verdade, praticamente não cobramos nada”, afirmou Trump no Salão Oval.

O presidente Lula respondeu publicamente que a afirmação de Trump é mentira: “Ele resolveu contar algumas mentiras sobre o Brasil. E nós estamos desmentindo. Ele só tem lucro. O Brasil é bom, só não vai andar de joelhos para o governo americano”, disse Lula.

“Vou levar jabuticaba pra você”

Logo após Trump anunciar que elevaria para 50% a taxação de produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos em julho, Lula respondeu com um vídeo nas redes sociais onde aparecia comendo jabuticabas. A fala foi interpretada como ironia e como uma tentativa de Lula mostrar a seu eleitorado que estava tranquilo e não temia os Estados Unidos.

“Eu vim chupar jabuticaba de manhã, porque eu duvido que alguém que chupe jabuticaba fique com mau humor. Eu vou levar jabuticaba para você, Trump. E você vai perceber que o cara que come jabuticaba de manhã, num país que só ele dá jabuticaba, não precisa de briga tarifária, precisa de muita união e de muita relação diplomática”, disse Lula.

fonte

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