O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (17) que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) deixe de participar da segurança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em seus deslocamentos.
A medida transfere integralmente a escolta para a Polícia Federal (PF) e a Polícia Penal do Distrito Federal, responsáveis por monitorar o cumprimento da prisão domiciliar.
A decisão foi tomada após o episódio de domingo (14), quando Bolsonaro foi levado ao Hospital DF Star, em Brasília, para retirada de oito lesões cutâneas. Na ocasião, segundo Moraes, o transporte apresentou “falhas graves”, incluindo o desembarque e o embarque em local inadequado, sem controle de acesso, e a permanência prolongada em frente ao hospital, onde o médico Cláudio Birolini concedeu uma entrevista improvisada a jornalistas.
Embora proibido de falar com a imprensa, o ex-presidente ficou mais de cinco minutos parado diante de cerca de 100 apoiadores, gesticulando enquanto o médico detalhava o procedimento. Para Moraes, a cena comprometeu a padronização da segurança e expôs o custodiado a riscos desnecessários.
“Todo o transporte, deslocamento e escolta de Jair Messias Bolsonaro deverá ser organizado, coordenado e realizado pela Polícia Federal ou Polícia Penal, conforme a necessidade da situação, sem a participação dos agentes do GSI”, escreveu o ministro na decisão. O GSI continuará responsável apenas pela segurança dos familiares do ex-presidente.
Jair Bolsonaro foi condenado pelo STF a 27 anos de prisão no processo da tentativa de golpe de Estado. Desde agosto, ele cumpre prisão domiciliar em Brasília por descumprir medidas cautelares impostas pelo próprio Moraes.