O ex-presidente Jair Bolsonaro teve uma crise de soluço e sentiu o diafragma se fechar. Em seguida, vomitou com um jato de dois metros para a frente e não conseguiu respirar por quase 10 segundos. Com isso, foi levado às pressas para o hospital DF Star, em Brasília. O relato foi feito na noite desta terça-feira (16) pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho de Bolsonaro, após visitá-lo.
Quem socorreu Bolsonaro e o levou ao hospital foi a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro, que contou o que ocorreu a Flávio.
“Hoje teve um episódio mais drástico, porque o soluço dele foi aumentando e, às vezes, pela repetição, ele diz que trava o diafragma dele. Ele teve um episódio de vômito a jato, com força, ficou quase 10 segundos sem respirar. Teve tontura expressão muito baixa. E aí graças a Deus, a Michele estava lá perto dele e conseguiu rapidamente trazer ele para cá. Ele está lá, estável, mas não está com a cara boa, bastante desidratado”, disse Flávio à imprensa na entrada do hospital.
Segundo o senador, ele deve passar a noite em observação. Por causa da desidratação, tomou soro e se alimentou com sopa, evitando alimentos sólidos. Flávio disse que a piora resultou da tensão psicológica de Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, e desgaste emocional com a vigilância acirrada de policiais na casa da família, em Brasília.
“É policial cercando a casa como se ele fosse fugir em algum momento e abrindo o porta-mala do carro da Michele na hora de levar a criança no colégio, para mostrar que não tem ninguém no capô, onde não cabe nem um animal lá dentro”, relatou.
Segundo o senador, Bolsonaro tem reclamado da condenação a 27 anos de prisão, na semana passada, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Todo momento que eu vou conversar com ele, ele repetidamente desabafa reclamando com relação ao que aconteceu nesse linchamento que sofreu no Supremo Tribunal Federal. Como que se defendendo: ‘o que eu tenho a ver com 8 de janeiro? Não é possível, os caras não conseguem enxergar! Eu estava fora do Brasil, não admito’”.
Junto com outros sete réus, Bolsonaro foi condenado por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano e deterioração do patrimônio.
No início de agosto, o ministro Alexandre de Moraes, que conduz o processo, determinou a prisão domiciliar e depois, a pedido do PT, determinou vigilância da polícia em volta da casa, no quintal e nos carros da família, para impedir eventual tentativa de fuga.
Flávio Bolsonaro pediu trégua a Alexandre de Moraes, comparando o ministro a um terrorista.
“Eu queria fazer um pedido de público aqui. Até terrorista dá trégua em alguma guerra. Então quero pedir para o terrorista aí dar uma dá uma pausa, um pouco, né? Deixa as instituições voltarem a funcionar, deixa o presidente Bolsonaro recuperar, pelo menos, já que não teve nenhuma oportunidade de se recuperar depois da última cirurgia. O cara foi intimado numa dentro de uma CTI aqui nesse hospital. Então tudo tem limite”, disse.
“Deixa o cara recuperar pelo menos mentalmente, fisicamente ele está arrebentado, tudo isso aqui ainda é consequência da facada que ele sofreu.