DO UOL
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil está preparado para enfrentar a imposição de novas tarifas pelo governo dos Estados Unidos após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal).
O que aconteceu
Fávaro disse que o Brasil está preparado para retaliações dos EUA. Questionado sobre as ameaças após o julgamento de Bolsonaro, o ministro afirmou que o país vai encarar novas tarifas que sejam impostas pela Casa Branca, “Estamos preparados para enfrentar com altivez. O Brasil é soberano”, disse o ministro durante participação no Bom Dia, Ministro, da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação).
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Possível retaliação foi antecipada por secretário de Estado dos EUA. Em entrevista à Fox News no último final de semana, Marco Rubio afirmou que novas sanções serão implementadas contra o Brasil como resposta à condenação de Bolsonaro. Segundo ele, os anúncios serão realizados na próxima semana. “O Estado de Direito está entrando em colapso”, disse Rubio.
Tomara que não aconteça, mas se vier, nós vamos estar de cabeça erguida, enfrentando qualquer tipo de adversidade.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura
Ministro afirmou estar “muito triste” com as posições norte-americanas. Fávaro ressaltou que as decisões de Donald Trump contra o Brasil têm motivação política e vai contra a histórica defesa da democracia do país. “Não tem lógica nenhuma [a interferência dos EUA] e o Executivo não tem como interferir em decisões do Supremo Tribunal Federal. Isso simplesmente mostra a incoerência da posição norte-americana”, disse.
Abertura de mercados também foi destacada por Carlos Fávaro. Em meio ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos a diversos produtos brasileiros, o ministro ressaltou que o agronegócio nacional conquistou 435 autorizações em 72 países ao longo de dois anos e nove meses. “Nunca tivemos tantas opções. Isso fez com que esse momento do tarifaço impactasse muito menos”, afirmou, Fávaro, que destacou que a diversificação como uma recomendação do presidente Lula.
Desde o início do nosso governo, uma das missões que ele [Lula] me deu foi buscar aberturas de novos mercados e um portfólio maior.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura.
Meta proposta era abrir 200 novos mercados até 2026, revelou Fávaro. Diante do cenário, o ministro estima que serão integrados ao portfólio nacional 500 novos mercados no período. “Não é só soja, milho, algodão e proteínas animais. […] Estamos vendendo gergelim, sorgo, frutas, manga, uva e limão. Tudo o que se produz no campo tem direcionamento, não só para o mercado interno, mas também para exportação e a garantia alimentar e soberania de consumo de alimentos para o mundo todo.”
Ele reforçou a atuação do governo para limitar efeitos do tarifaço. Fávaro destacou a iniciativa do Plano Brasil Soberano, voltado a fortalecer a competitividade do agronegócio diante das tarifas de importação impostas pelos EUA. “Todas as ações foram tomadas e estamos abertos ainda a dialogar com as empresas, as indústrias, comércio, agropecuária, para que todo mundo que for afetado de alguma forma ou outra, o governo estará ao lado, estendendo a mão”, disse o ministro.
Safra recorde
Ministro enalteceu a colheita recorde de grãos entre 2024/2025. A safra do período está estimada em 350,2 milhões de toneladas. O valor é 16,3% superior à realizada na safra 2023/24, quando foram colhidas 324,36 milhões de toneladas, segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Fávaro destacou o papel do auxílio do governo para o resultado. O ministro ressaltou o desempenho satisfatório do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e do Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) após a liberação do Plano Safra de R$ 600 bilhões. “O Plano Safra vai performar e nós estaremos aqui, daqui a um ano, com os números da Safra 2025/2026, com as bênçãos de Deus e o clima regular, anunciando a maior Safra da história”, projetou.