O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (8), que vê com bons olhos o recente encontro entre os presidentes Donald Trump (EUA) e Vladimir Putin (Rússia), realizado no Alasca no início do mês. Para ele, a iniciativa representa um avanço nas tentativas de encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia.
“O encontro no Alasca e seus desdobramentos em Washington são passos na direção correta para pôr fim a esse conflito”, disse Lula durante reunião virtual do Brics.
O presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, criticou a aproximação entre Trump e Putin, que trocaram elogios no encontro, mas não anunciaram um acordo de paz até o momento.
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Além de Lula e Putin, participaram da reunião remota os presidentes da China (Xi Jinping), Irã, Egito, Indonésia e África do Sul.
Aliança frente às tarifas dos EUA
Em seu discurso, Lula voltou a cobrar uma reação conjunta do Brics ao “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos, que afetou produtos brasileiros e de outros países do bloco.
“Juntos, representamos 40% do PIB global, 26% do comércio internacional e quase 50% da população mundial. Temos entre nós grandes exportadores e consumidores de energia. Reunimos as condições necessárias para promover uma industrialização verde, que gere emprego e renda em nossos países, sobretudo nos setores de alta tecnologia”, afirmou.
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Críticas à OMC e às sanções unilaterais
Lula também criticou a atuação da Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmando que o órgão está “paralisado há anos” e tem falhado em proteger países em desenvolvimento de sanções e práticas comerciais abusivas.
“Nossos países se tornaram vítimas de práticas comerciais injustificadas e ilegais. A chantagem tarifária está sendo normalizada como instrumento para conquista de mercados e para interferir em questões domésticas”, disse, em referência velada às medidas norte-americanas.
Segundo Lula, sanções secundárias também comprometem a autonomia dos países: “Essas medidas restringem nossa liberdade de fortalecer o comércio com países amigos”, completou.
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Essa não é a primeira vez que o presidente brasileiro critica a OMC. Em junho, durante o encontro presencial do Brics no Brasil, ele já havia defendido uma reforma “imprescindível e urgente” da organização.