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O ministro Renan Filho (MDB), dos Transportes, criticou nesta segunda (1º) projetos privados de ferrovias que, na visão dele, não levam em consideração as necessidades públicas e podem acabar isolando regiões do país.
A afirmação foi feita durante um evento em Recife em que citou o lançamento da licitação de mais uma etapa da ferrovia Transnordestina, que teve a exclusão de um trecho no estado de Pernambuco.
“A licitação da Transnordestina para o eixo de Pernambuco será publicada em outubro para que as obras possam ser retomadas […] Essa obra era de caráter privado. Seria tocada pela Companhia Siderúrgica Nacional. Um projeto privado não leva em consideração as necessidades de um projeto público para ser licitado”, afirmou.
Renan Filho afirmou que o projeto da ferrovia foi adequado a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para passar pelo estado. Pernambuco é governado por Raquel Lyra (PSD), que estava no PSDB até março deste ano com fortes acenos ao petista – o partido tucano se declarou oposição ao governo desde o início deste terceiro mandato.
“Lula me chamou e disse para reincluir o trecho de Pernambuco na transnordestina. O Estado e o restante do Nordeste não podem ficar isolados. E é o que vai acontecer: Pernambuco será incluído na Transnordestina”, completou o ministro.
O trecho pernambucano da Transnordestina havia sido retirado do projeto durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela concessionária Transnordestina Logística S.A., que alegou inviabilidade econômico-financeira. No entanto, Lula reinseriu o trecho no Novo PAC com a estatal Infra S.A. para conduzir a construção e a operação deste trecho.
A ferrovia ligará o interior do Nordeste aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE), com cerca de 1,7 mil quilômetros de extensão passando pelos estados do Piauí, Ceará e Pernambuco.
Por outro lado, a mudança de partido de Raquel Lyra pode inviabilizar seu apoio ao petista, já que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, vem dando sinais claros de que terá candidato próprio ou apoiar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, à sucessão presidencial de 2026.
Em março, durante a cerimônia de filiação de Raquel Lyra ao PSD, o correligionário ministro Alexandre Silveira afirmou que “Lyra faz parte do palanque da vitória de Lula na reeleição, e todos os ministros estarão ao lado dela”.
