terça-feira , 2 setembro 2025
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“Milei do Chile”: quem é Johannes Kaiser, o libertário que tenta chegar à presidência

A eleição presidencial no Chile está marcada para ocorrer no dia 16 de novembro, com provável segundo turno em 14 de dezembro, e deve trazer uma disputa acirrada entre nomes já conhecidos da política nacional e candidatos estreantes. Entre eles, está Johannes Kaiser, deputado e líder do recém-criado Partido Nacional Libertário (PNL), que se apresenta como uma alternativa anarcocapitalista e conservadora, em linha com o estilo do presidente argentino, Javier Milei, o que tem feito Kaiser receber o apelido de “Milei do Chile”.

De acordo com a mais recente pesquisa do instituto Cadem, divulgada no dia 24 de agosto, Kaiser possui 7% das intenções de voto no primeiro turno e aparece como a principal novidade do campo da direita. Já em expectativas presidenciais, 6% dos chilenos acreditam que ele poderá chegar à Presidência, uma ascensão notável para quem estreou na política nacional há poucos anos.

Quem é Johannes Kaiser

Forte opositor do atual governo de esquerda do Chile, liderado por Gabriel Boric, Kaiser, de 49 anos, nasceu em Santiago e é descendente de alemães. Ele ganhou projeção como comentarista nas redes sociais, o que o impulsionou à política nacional.

Em 2022, o libertário foi eleito deputado pelo 10º Distrito da Região Metropolitana de Santiago e, desde então, integrou as comissões de Defesa Nacional, Direitos Humanos, Governo Interior e Ética, além de participar de grupos interparlamentares sobre Brasil e Alemanha.

Sua trajetória política até o Parlamento começou vinculada ao Partido Republicano de José Antonio Kast, mas após divergências durante o processo constituinte, Kaiser deixou a legenda da Kast e fundou, no ano passado, o PNL, que rapidamente reuniu milhares de apoiadores. Atualmente, a sigla aposta nas próximas eleições para se consolidar como uma alternativa da direita conservadora e liberal no Chile.

Ideias para um eventual governo

O programa presidencial de Kaiser enfatiza três eixos centrais: combate à imigração irregular, fortalecimento da segurança interna e redução do tamanho do Estado. Kaiser defende reformas econômicas para incentivar a iniciativa privada e dinamizar o mercado de trabalho.

Assim como Javier Milei, com quem é frequentemente comparado, Kaiser aposta fortemente no uso das redes sociais e em uma comunicação direta com os eleitores para difundir suas ideias. O libertário tem se apresentado como um candidato que busca romper com a política tradicional e oferecer ao Chile um caminho de maior autonomia individual e menos intervenção estatal.

Em entrevista à CNN do Chile, na semana passada, Kaiser anunciou que, se eleito, deverá extinguir ministérios e cortar cerca de 200 mil cargos públicos. Segundo o libertário, esses postos servem hoje apenas para “acomodar políticos sem qualquer qualificação para as funções”.

Na área econômica, o candidato chileno propõe flexibilizar as regras trabalhistas. Seu programa prevê “salários mínimos diferenciados segundo áreas produtivas” e a criação de um piso salarial mais baixo e transitório para jovens sem experiência, com o objetivo declarado de “reduzir a informalidade”.

Na área social, Kaiser disse na CNN que quer “transformar o Chile no melhor lugar do mundo para ser mãe”, propondo vouchers para creches (subsidiação direta à família para usar em unidades públicas ou privadas).

Outra proposta central do libertário é criar, caso seja eleito, um fundo soberano – inspirado no modelo da Noruega – para financiar a Pensão Garantida Universal (PGU), benefício pago a idosos de 65 anos ou mais, condicionado a critérios de residência e renda e voltado a assegurar um piso mínimo de aposentadoria. O fundo seria alimentado pelo royalty da mineração (tributação sobre a extração de minerais chilenos) e pela privatização parcial de estatais como a Codelco (de cobre) e a ENAP (de petróleo), que passariam a ter controle majoritário privado, enquanto a TVN – emissora pública do Chile – seria “privatizada totalmente” ou entregue aos trabalhadores. Para Kaiser, esse arranjo, além de servir para criar o fundo, impediria que políticos continuem, nas suas palavras, “metendo a mão no bolso dos chilenos”. Segundo Kaiser, políticos utilizam empresas estatais do país para fins partidários.

Fora da disputa?

As pesquisas indicam que a corrida presidencial no Chile está polarizada neste momento entre José Antonio Kast (28%), de direita, e a candidata comunista Jeannette Jara (27%), enquanto Evelyn Matthei, de centro-direita, aparece em terceiro lugar (14%). Kaiser neste momento ainda corre por fora, mas aposta em crescer nas próximas semanas e se consolidar como uma alternativa viável ao eleitor. O candidato disse recentemente que, em suas pesquisas, ele aparece com 10% de votos.

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