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Terremotos, repressão, queda do PIB: Afeganistão vive desastre total desde a volta do Talibã

Neste domingo (31), um terremoto de magnitude 6 na Escala Richter matou mais de 800 pessoas e deixou mais de 2 mil feridas em Nangarhar e Kunar, províncias no leste do Afeganistão.

O sismo foi o terceiro mais fatal no país desde a volta do Talibã ao poder, em agosto de 2021 – em 2023, outro terremoto na província de Herat deixou 1.480 mortos; em 2022, um sismo matou 1.163 pessoas em Paktika, Paktia, Khost e Nangarhar e no vizinho Paquistão –, e vem trazer mais problemas a um país que já sofre com outros fatores.

A visão atrasada dos fundamentalistas islâmicos, aliada a sanções da União Europeia e dos Estados Unidos, que também bloquearam bilhões de dólares do Afeganistão em ativos desde 2021, deixou a economia afegã em frangalhos.

Segundo dados do Banco Mundial, o PIB do Afeganistão, que era de US$ 19,96 bilhões em 2020 (ano anterior à desastrada retirada americana e à volta do Talibã), foi de apenas US$ 17,15 bilhões em 2023, último ano com dados consolidados disponíveis. Para se ter uma ideia da retração, trata-se de um patamar inferior ao PIB afegão de 2011, que foi US$ 17,81 bilhões.

Os talibãs também trouxeram imenso atraso na área de direitos humanos, ao retomarem as normas que impuseram durante seu primeiro governo, entre 1996 e 2001, principalmente a repressão às mulheres.

Meninas foram proibidas de estudar além do sexto ano, e as mulheres foram impedidas de frequentar e lecionar em universidades e sofrem restrições de trabalho em outros locais. Um relatório da ONU divulgado em agosto apontou que a maioria das mulheres que trabalham é forçada a aceitar empregos mal remunerados e instáveis ​​na economia informal.

Com essas dificuldades somadas a décadas anteriores de repressão e conflitos, muitos afegãos decidem deixar o país.

Um relatório de agosto do think tank Conselho sobre Relações Exteriores (CFR, na sigla em inglês) destacou que hoje os afegãos representam a terceira maior população de deslocados do mundo, com 6,4 milhões vivendo como refugiados.

Para complicar, a volta do Talibã aumentou a ameaça do terrorismo. Embora os líderes talibãs tenham alegado que “o solo do Afeganistão não será usado [para planejar ações] contra a segurança de nenhum outro país”, o regime fundamentalista segue mantendo laços estreitos com a Al-Qaeda.

“Analistas temem que o Talibã possa fornecer refúgio seguro ao grupo e permitir que ele lance ataques terroristas internacionais a partir de solo afegão”, afirmou o CFR.

Internamente, a grande ameaça é o Estado Islâmico-Khorasan, uma facção do grupo terrorista e inimiga dos talibãs, que realizou grandes atentados desde agosto de 2021.

A ONG Grupo de Crise Internacional afirmou em relatório recente que, embora o número de ataques do EI no Afeganistão tenha caído em 2025, os riscos permanecem.

“O grupo parece estar expandindo sua presença no Baluchistão [região que abrange partes dos territórios do Paquistão, do Irã e do Afeganistão], conforme destacado em um vídeo de propaganda recente. Em junho, forças do Talibã realizaram uma operação em uma instalação em Cabul usada para fabricação de explosivos e coletes suicidas”, alertou.

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