terça-feira , 2 setembro 2025
💵 DÓLAR: Carregando... | 💶 EURO: Carregando... | 💷 LIBRA: Carregando...

STF confirma decisão de Toffoli e anula atos da Lava Jato contra Paulo Bernardo

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, em julgamento virtual, a anulação de todos os atos da Operação Lava Jato e do então juiz Sergio Moro contra o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. Três ministros votaram a favor da anulação, enquanto dois se posicionaram contra.

Gilmar Mendes e Kassio Nunes acompanharam o voto do relator Dias Toffoli, manifestado em 6 de junho de 2025, de que atos praticados contra o ex-ministro teriam sido contaminados por um suposto conluio entre o Ministério Público Federal e o então juiz Sergio Moro, apontado como responsável por comprometer a imparcialidade e a legitimidade das provas colhidas nas operações Pixuleco 1 e Pixuleco 2. Para eles, houve flagrante transgressão ao direito ao contraditório e à imparcialidade. André Mendonça e Edson Fachin divergiram.

Na decisão, Toffoli estendeu a anulação também ao advogado Guilherme de Salles Gonçalves, corréu em ações penais e igualmente alvo de fases da operação Pixuleco — braço da Lava Jato que apurava esquemas de corrupção ligados ao PT.

O ministro Fachin abriu divergência ao destacar os riscos de se decretar a nulidade automática de provas da Lava Jato. Em seu voto, alertou que cada caso deveria ser analisado individualmente, considerando a possibilidade de existência de elementos autônomos, como colaborações premiadas. “Torna-se nítida, desse modo, a necessidade de se avaliar, com a devida precaução e, caso a caso, no juízo competente, o alcance concreto e específico dos procedimentos criminais atingidos por eventual nulidade suscitada pela defesa”, afirmou.

À Gazeta do Povo, o senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato, classificou a decisão como um “retrocesso”. “Trata-se de mais um retrocesso provocado por uma reviravolta política patrocinada pelo governo Lula pró-corrupção”, disse.

Procurados, o PT e o ex-ministro Paulo Bernardo ainda não se manifestaram sobre a decisão. O espaço permanece aberto e a reportagem será atualizada em caso de resposta.

VEJA TAMBÉM:

Quem é Paulo Bernardo?

Economista de formação, Paulo Bernardo foi figura central nos governos do PT. Assumiu o Ministério do Planejamento entre 2005 e 2011, durante o governo Lula, e depois comandou o Ministério das Comunicações no governo Dilma Rousseff até 2015. Teve papel importante na condução de políticas públicas e na articulação orçamentária federal durante o auge do lulismo.

Bernardo foi acusado pela Lava Jato de participar de esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com base principalmente nas investigações da Operação Custo Brasil — um desdobramento da Pixuleco 2. Em 2016, chegou a ser preso preventivamente, mas a investigação nunca avançou com consistência. Em 2023, o STF já havia anulado provas obtidas por meio da delação da Odebrecht, considerada irregular.

Decisão de Toffoli colabora para desmonte da Lava Jato

A decisão de Toffoli adiciona mais um capítulo à desmontagem dos processos da Lava Jato, operação que ganhou protagonismo ao investigar a corrupção sistêmica na Petrobras e em grandes empreiteiras.

Celebrada inicialmente como símbolo do combate à impunidade, a operação foi sendo questionada por seus métodos e pela proximidade entre procuradores e o então juiz Sergio Moro, que posteriormente foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro e atualmente é senador.

Em diversos julgamentos recentes, o STF tem invalidado processos da Lava Jato, citando supostos abusos, parcialidade e violações constitucionais.

fonte

Verifique também

Novas mensagens do “gabinete paralelo” de Moraes revelam relatórios contra jornalistas

Mensagens divulgadas pelo portal Revista Oeste, no âmbito da Vaza Toga, apontam possíveis ordens de …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *